Deputada criticou aprovação do PL 1904/24 : "atacar o direito ao aborto em casos de estupro é destruir vidas e infâncias"
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) usou suas redes
sociais para criticar veementemente o PL 1904/24 - aprovado em
regime de urgência na Câmara na última terça-feira (11) -
que equipara o aborto ao crime de homicídio e propõe a criminalização de
mulheres e crianças que interrompam a gravidez resultante de estupro após 22
semanas de gestação.
Em um tuíte publicado na quarta-feira (12), onde destaca a
fala da parlamentar em discursando na tribuna da Casa, Sâmia destaca a
gravidade da situação no Brasil, onde "a grande maioria das vítimas de
violência sexual são crianças". A deputada trouxe à tona estatísticas
alarmantes, revelando que anualmente cerca de 20 mil meninas com menos de 14
anos se tornam mães devido a estupros. "Números assustadores! Atacar o
direito ao aborto em casos de estupro é destruir vidas e infâncias", escreveu
Sâmia.
A parlamentar não poupou críticas aos defensores do projeto, que
ela classifica como "fundamentalistas". Em sua mensagem, Sâmia
destacou a disparidade entre as penas: "A pena máxima para um estuprador é
de 10 anos, a pena que os fundamentalistas querem aplicar às vítimas que
recorram ao aborto é de até 20 anos!" Para ela, o projeto de lei mostra
uma inversão de prioridades no Congresso, onde, segundo a deputada, os esforços
são direcionados mais para revitimizar meninas e mulheres do que para garantir
a investigação rigorosa e a responsabilização dos estupradores.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16) o
regime de urgência para o Projeto de Lei 1904/24, do deputado
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e outros, que equipara o aborto de gestação acima
de 22 semanas ao homicídio. Os projetos com urgência podem ser votados
diretamente no Plenário, sem passar antes pelas comissões da Câmara.
De acordo com o portal g1, a votação
foi 'relâmpago' e 'atípica'. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL),
conduziu a votação de forma simbólica, perguntando se alguém era contrário à
ideia de aprovar a urgência do tema. Ninguém se opôs, conforme relatado, mas,
após a aprovação, deputados de oposição subiram ao palanque para discordar da
urgência.
Assista:
Fonte: Brasil 247
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