segunda-feira, 24 de junho de 2024

Salomão solicita processo administrativo contra desembargador do TRF4 por vínculos com Moro

 

Marcelo Malucelli possui ligações pessoais com a família de Moro. Seu filho, João Eduardo, é sócio do escritório de advocacia do ex-juiz e sua esposa, Rosângela Wolff Moro

Sergio Moro e Ministro Luis Felipe Salomão
Sergio Moro e Ministro Luis Felipe Salomão (Foto: ABR)

O ministro Luis Felipe Salomão, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), solicitou a abertura de um processo administrativo contra o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). A medida baseia-se em alegações de vínculos estreitos entre Malucelli e a família do ex-juiz suspeito Sergio Moro, informa o Blog do Esmael.

Malucelli revogou decisões do juiz Eduardo Appio, então titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, incluindo a ordem de prisão preventiva contra Tacla Duran e a revogação do salvo-conduto que permitia ao réu acesso a provas. Essas decisões envolvem o processo nº 5011889-08.2023.4.04.0000, suspenso pelo STF nos autos da Reclamação nº 43.007/DF.

O desembargador possui ligações pessoais com a família de Moro. Seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, é sócio do escritório de advocacia de Moro e Rosângela Wolff Moro, deputada federal. Há também um relacionamento amoroso entre o filho do desembargador e a filha de Moro. Mesmo assim, Malucelli não se declarou suspeito para julgar o processo, levantando suspeitas de infrações disciplinares.

Tacla Duran apresentou uma reclamação disciplinar contra Malucelli, alegando desvio de função. O pedido incluía o afastamento liminar do desembargador e a instauração de um processo administrativo. Malucelli informou posteriormente sua suspeição para atuar nos processos relacionados a partir de 20 de abril de 2023, o que prejudicou o pedido de afastamento.

A decisão do ministro Salomão é vista como um passo importante para garantir a imparcialidade no Judiciário. O processo CNJ 0005564-81.2023.2.00.0000, que envolve alegações de desvio de 2,5 bilhões de reais via Petrobras, está sob sigilo. Em abril, foi instaurado um processo administrativo contra a juíza Gabriela Hardt. Alegações de manipulação de delações premiadas por Moro e Hardt também são investigadas.

Fonte: Brasil 247 com informações do Blog do Esmael

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