'A gente não pode reconstruir um pronto-socorro, uma escola, casas em um lugar vulnerável a enchente', alertou o presidente durante visita ao estado
O presidente Lula (PT) viajou nesta quinta-feira (6) à região do
Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, para mais uma vez prestar solidariedade
aos gaúchos atingidos pelas recentes enchentes históricas que afetaram o
estado. Ele também fará o anúncio de novas medidas de apoio financeiro à
região.
Em rápida entrevista a jornalistas, o presidente afirmou
que a reconstrução do estado gaúcho demanda "muita responsabilidade",
para que as novas unidades de saúde, escolas e moradias sejam erguidas em
locais seguros para a população. "Qual é o drama nosso? Nós queremos
ajudar a reconstruir com muita responsabilidade. A gente não pode reconstruir
um pronto-socorro em um lugar vulnerável a enchente. A gente não pode fazer
escola em um lugar vulnerável a enchente. Eu já disse aqui para as pessoas: a
gente não pode fazer as casas aqui nesse lugar. Está provado que este lugar era
um lugar reservado para a água. Quando a natureza fez o mundo, esse lugar aqui
era da água. Nós, humanos, ocupamos isso aqui, sem saber muitas coisas, e agora
a natureza nos alertou. Então agora nós temos que procurar um lugar muito
seguro para construir as casas dessas pessoas".
O presidente também voltou a destacar a necessidade de encurtar
o caminho para que a ajuda chegue à população gaúcha. "Não tem ninguém no
mundo que reclama mais da burocracia do que eu. Eu reclamo em fóruns
internacionais, eu reclamo aqui dentro, porque é tudo muito difícil, tudo muito
complicado, tudo tem um manual dizendo o que pode e o que não pode. Se acontece
uma coisa fora que não estava no manual então não pode fazer. Então ainda essa
semana eu fiz uma reunião em que participaram os superintendentes da Caixa e do
Banco do Brasil aqui do Rio Grande do Sul, fazendo um apelo para eles que pelo
amor de Deus, é importante que a gente leve em conta de que nós estamos
tratando de um caso excepcional, que a gente não pode ficar olhando as
vírgulas. Nós temos que dar respostas imediatas a este povo que precisa. Então
estamos trabalhando muito, e temos (...) a burocracia porque nós temos leis,
temos regulamentação e precisamos respeitar, porque se não tudo isso é
desmontado".
O presidente ainda relatou um pouco do que ouviu das
vítimas das enchentes: "estou em um lugar que era uma vila, um bairro, e a
gente fica sabendo de histórias conversando com as pessoas que perderam suas
casas, que eram casas que foram feitas com muito sacrifício. Levaram anos para
fazer a casa. ninguém tinha noção de que a água pudesse vir com a violência… Me
contaram a história do sr. Orlando, que fez a casa com dois pisos, e ele não
quis sair da casa porque a casa dele era muito forte e ia resistir. E de
repente a água leva a casa do sr. Orlando e leva a família dele. Então eu penso
que a única coisa que eu posso dizer para o povo do Rio Grande do Sul, para as
vítimas desta calamidade, é dizer que vocês não estão sozinhos. A gente vai
estar junto, vai ajudar a reconstruir, vai ajudar a recuperar a dignidade do
povo do Rio Grande do Sul. Isso nós temos que fazer em todos os lugares em que
o povo for vítima de desastres climáticos como esse que aconteceu aqui".
Fonte: Brasil 247
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