O Sindicato Nacional dos Servidores
Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) deliberou,
em assembleia, que aceitará as propostas do governo federal para os docentes e
técnico-administrativos da educação superior.
A decisão que implicará no fim da greve, no entanto, deve ser
oficializada com a assinatura dos termos de acordos fechados com o governo.
O fim da greve não implica diretamente no retorno às
aulas. O comando nacional também analisará como se dará o retorno e a reposição
das atividades ao longo das consultas. Cada instituição de ensino tem a
autonomia necessária para decidir quando termina o primeiro semestre letivo e
quando inicia o segundo. Algumas pretendem voltar já nesta semana. Outras, no
início de julho.
Elenira Vilela, docente do Instituto Federal de Santa
Catarina (IFSC) e coordenadora-geral licenciada do Sinasefe explica que a
plenária da organização decidiu que irá encerrar a greve depois que os termos
de negociação forem assinados.
“Todas as sessões sindicais fizeram suas assembleias e
tiraram sua posição. E a grande maioria de sessões tirou posição pela
assinatura dos acordos, tanto de técnicos quanto de docentes, e depois vai
encerrar a greve. E aí inicia o debate sobre readequação do calendário letivo”,
explica.
A avaliação do movimento dos profissionais é que, apesar
de vitoriosa, a greve não resultou no atendimento de todas as demandas. Uma
delas é o aumento real do salário para 2024. O que ficou acordado com o governo
federal é apenas uma recuperação do salário pelas perdas inflacionárias.
“A avaliação geral é que havia muito mais coisa. Tem uma
frustração pelo fato de o governo ter dito, em dezembro, que se houvesse
aumento de arrecadação, a gente poderia usar esse aumento para dar reajuste em
2024. Lembrando que a gente não está pedindo aumento real, a gente está
pedindo recuperação da capacidade pelas perdas inflacionárias. Mas infelizmente
o governo prometeu, mas frustrou essa promessa, e a gente sai com uma certa
frustração em relação a esse ponto”, avalia Vilela.
“Por outro lado, houve um reconhecimento que o movimento
foi vitorioso, porque conseguiu conquistar vários avanços, tanto na proposta de
reajuste, quanto na reestruturação das carreiras para técnicos e docentes. E
isso melhora para aposentadorias futuras de quem está no regime que vai ter
média de 100% das contribuições para cálculo da aposentadoria.”
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Foto: Divulgação
Andes e Fasubra
Além do Sinasefe, o Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes) e a Federação de Sindicatos de
trabalhadores técnico-administrativos em educação das instituições de ensino
superior públicas do Brasil (Fasubra) também deliberaram sobre os rumos da
greve na educação federal.
O comando nacional da greve dos professores, ligado
ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes),
está fazendo uma consulta às seções sindicais, secretarias regionais e aos
comandos locais de greve pelo fim ou continuação da paralisação, após uma das
mesas de negociação com o governo federal. Na prática, professores de
algumas instituições já estão voltando às atividades de forma autônoma.
Os técnico-administrativos em educação das instituições
de ensino superior federal, representados pela Fasubra, decidiram manter a
greve. Em um documento enviado ao Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) e ao
Ministério da Educação, na última sexta-feira (21), a Fasubra, que representa a
maior parcela dos profissionais, pediu uma nova rodada de negociação.
Na próxima quarta-feira (26), uma nova
região será feita com os dirigentes para acertar as propostas e
contrapropostas. No documento enviado ao governo federal, a entidade afirma que
“a partir do retorno de consulta feita à base, solicita melhorias na proposta
apresentada pelo governo, continuidade do diálogo e agendamento de novas
reuniões, para definição dos pontos apresentados”.
Fonte: DCM
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