A Polícia Federal mapeou bolsonaristas envolvidos no ataque terrorista
de 8 de janeiro de 2023 em Brasília que fugiram e acredita que há 180 deles
foragidos na Argentina, Uruguai e Paraguai. Ricardo Saadi, diretor de combate
ao crime organizado, apontou que existe a possibilidade de alguns fugitivos
ainda não terem sido localizados pela corporação.
A corporação tem usado recursos de inteligências para
buscar os fugitivos e descobrir suas rotas. Investigadores acreditam que alguns
deles pediram asilo na Argentina, comandada pelo presidente de extrema-direita
Javier Milei. A possibilidade de fuga para o Uruguai e o Paraguai é uma das
hipóteses investigadas pela polícia por conta da facilidade em cruzar as
fronteiras.
O diretor da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que os
pedidos de extradição serão enviados para a Argentina ainda nesta semana. O
Brasil tem aguardado uma resposta da comissão de refugiados do país para fazer
os pedidos de repatriação.
O embaixador brasileiro na Argentina, Julio Bitelli,
relatou que recebeu do Brasil uma lista com 143 condenados pelo 8 de janeiro
que estão foragidos e afirmou que “não há informações de que Milei vai
ajudar brasileiros que fugiram”.
O governo argentino anunciou nesta segunda (10) que os pedidos de
refúgio feitos pelos foragidos serão analisados individualmente. “Se
efetivamente houver na Argentina criminosos no sentido que você menciona, o
caminho legal correspondente será seguido”, afirmou o porta-voz Manuel Adorni.
O presidente de extrema-direita da Argentina, Javier Milei. Foto: Agustin Marcarian/Reuters
Autoridades da Argentina relataram à polícia brasileira que ao menos 65
investigados pelos atos golpistas buscaram refúgio no país.
Na semana passada, a corporação fez uma operação para
prender 209 envolvidos com o ataque que descumpriram medidas cautelares
judiciais ou fugiram para outros países. Do total, 47 mandados não foram
cumpridos porque os alvos estavam na Argentina.
A PF afirma que os brasileiros foragidos entraram no
país sem passar por autoridades na fronteira com a Argentina, em porta-malas de
carros, atravessando rios ou a pé.
Fonte: DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário