"Vamos tornar realidade o que foi planejado, com celeridade", disse ela
Por Rodrigo Viga Gaier e Fabio Teixeira e Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO
(Reuters) – A presidente da Petrobras, Magda
Chambriard, afirmou nesta quarta-feira que recebeu do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva a missão de "movimentar a Petrobras, porque ela impulsiona o
PIB do Brasil", e destacou que a petroleira "está totalmente alinhada
com a visão do governo".
Durante cerimônia de posse com a presença de Lula, da
primeira-dama Janja e diversos ministros de Estado, a executiva reiterou seu
compromisso com os planos atuais da companhia, mas com celeridade, e defendeu
ser fundamental desenvolver fronteiras exploratórias de petróleo, como as da
Margem Equatorial e do Sul do Brasil.
A missão foi dada por Lula à nova CEO em momento em que o
Brasil busca acelerar seu crescimento, enquanto na área fiscal o governo busca
formas de fechar as contas e atingir um chamado déficit zero.
"O que nós vamos fazer está registrado no nosso
planejamento estratégico", afirmou a executiva, em auditório do Centro de
Pesquisas da Petrobras (Cenpes), destacando que o plano tem potencial para
gerar centenas de milhares de empregos diretos e indiretos, além de expressivos
recursos para União, Estados e municípios em participações governamentais.
"Vamos tornar realidade o que foi planejado, com
celeridade", frisou, destacando também compromisso "com a
rentabilidade e eficiência que o mercado e o Brasil esperam de nós".
O presidente Lula, por sua vez, cobrou durante sua fala que a
Petrobras seja indutora do desenvolvimento, mas sem prejuízo aos acionistas.
Chambriard assumiu o controle da companhia no mês passado,
após decisão de Lula de trocar o ex-presidente Jean Paul Prates, que foi alvo
de diversas críticas públicas do ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira.
Na semana passada, a presidente da Petrobras informou três novos
nomes para liderar diretorias da empresa, elevando o número de executivas
mulheres na alta cúpula da Petrobras para quatro, um fato inédito. Segundo ela,
não há planos de novas mudanças.
Chambriard citou Silveira, também presente no evento, logo
no início de seu discurso, agradecendo a confiança: "meu ministro de
contato, obrigado".
Dentre os ministros presentes, participaram também da cerimônia
o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Casa Civil, Rui Costa,
dentre vários outros.
Em discurso, Haddad agradeceu à Petrobras pelo acordo
fechado com a Receita Federal nesta semana para encerrar disputa judicial
envolvendo dívidas tributárias da estatal e ressaltou que o entendimento foi
uma demonstração de que é possível ter uma governança mais decente,
transparente e moral no país.
O acordo terá um impacto de 11,9 bilhões de reais no lucro
líquido do segundo trimestre da estatal e contribuirá para o resultado primário
das contas da União no ano.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não esteve
presente no evento, enquanto o Ibama avalia pedidos da Petrobras para buscar
petróleo na chamada Margem Equatorial, vista como importante nova fronteira
para a indústria petrolífera, mas cheia de desafios socioambientais, como na
Foz do Amazonas.
Questionada por jornalistas sobre a ausência de Marina,
Chambriard afirmou que a ministra deve ter tido agenda e não deve ter
conseguido comparecer. No evento, havia vários ministros cujos ministérios
interagem com a Petrobras.
PLANOS PARA
EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO
Forte defensora do avanço exploratório na Margem
Equatorial, extensa região litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá,
Chambriard alertou em seu discurso que "não podemos esquecer que as
reservas de petróleo e gás natural constituem recursos finitos, de forma que
nossa segurança energética, durante a transição justa, passa pela sua
reposição".
"Nessa linha, é fundamental desenvolver nossas
fronteiras exploratórias, como as da Margem Equatorial e do Sul do Brasil,
sempre com rigorosos padrões de segurança, em absoluta conformidade com a
legislação ambiental e com os processos de licenciamento", afirmou.
A Margem Equatorial tem grande potencial para descobertas
de petróleo em alto-mar, mas também enormes desafios socioambientais.
O Ibama rejeitou no ano passado um pedido da Petrobras
para perfurar na Bacia de Foz do Rio Amazonas. A companhia entrou com um pedido
de reconsideração, mas o órgão ambiental federal ainda não respondeu.
Também no evento, o ministro Silveira defendeu em discurso
que o governo construa junto com o Ibama e a petroleira um caminho
ambientalmente seguro para explorar a região.
Chambriard enfatizou também que "o caminho da
transição energética justa é inclusivo, balizado pelo cuidado com as pessoas e
com o meio ambiente".
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, manifestou nesta
quarta-feira a expectativa de que haja uma decisão em breve sobre o pedido de
reconsideração da Petrobras.
O presidente Lula tem defendido prospecção da Petrobras na
região e afirmado que o Brasil não pode perder a oportunidade de explorar as
riquezas da região.
Fonte: Brasil 247
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