Surto de sarna na cidade pode estar relacionado ao uso excessivo de ivermectina
Um surto de escabiose, popularmente conhecida como sarna, está
gerando preocupação entre as autoridades de saúde em Balneário Camboriú. O
problema tornou-se especialmente grave com a detecção de casos em duas creches
da cidade, afetando principalmente crianças. Em meio a esse cenário, a
presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), fez uma declaração
associando o surto negacionismo de Jair Bolsonaro.
"Um surto de sarna em Santa Catarina pode estar
relacionado ao uso indiscriminado de ivermectina, assim como ordenou o
inelegível durante a pandemia, sem nenhuma evidência científica. Ele, o maior
propagador de fake news. E o lado triste dessa história de Balneário Camboriú é
saber que crianças estão sendo as mais afetadas. Consequências do negacionismo,
agora cobrando o seu preço," afirmou Hoffmann.
A declaração da deputada refere-se ao ex-presidente Jair
Bolsonaro, que durante seu mandato incentivou o uso de ivermectina como parte
dos controversos “kits Covid”. Esses kits foram amplamente utilizados por
algumas pessoas como tratamento profilático ou terapêutico para a Covid-19,
apesar da falta de comprovação científica de sua eficácia. Agora, o uso
desenfreado do medicamento está sob escrutínio, especialmente quanto aos
possíveis efeitos colaterais a longo prazo.
Segundo o portal NSC Total, autoridades locais e
especialistas divergem sobre a possível correlação entre o uso excessivo de
ivermectina e o surto de sarna. Um estudo publicado em 2021 por pesquisadores
da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) destacou a possibilidade de que o
abuso de ivermectina poderia estar contribuindo para a superresistência do
ácaro Sarcoptes scabiei, causador da escabiose. Este parasita já era conhecido
por sua capacidade de desenvolver resistência a tratamentos, mas o uso indiscriminado
do medicamento pode estar tornando-o ainda mais robusto, dificultando o
controle dos surtos.
O médico infectologista Fábio Gaudenzi de Faria, da Superintendência de Vigilância em Saúde de Santa Catarina, admite a possibilidade, embora reforce que a avaliação da resistência do parasita seja necessária: "Não podemos afirmar sem a avaliação da resistência do parasita. Mas é uma possibilidade, sim."
Fonte: Brasil 247
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