sexta-feira, 14 de junho de 2024

‘Não contem com o governo’, diz Padilha sobre PL que pode criminalizar o aborto após 22 semanas

 O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira (14) que o governo é contra o projeto de lei que visa criminalizar o aborto após 22 semanas


O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira (14) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não irá alterar as regras do aborto no país.


O discurso foi feito, durante agenda em Minas Gerais, ao ser questionado sobre o posicionamento do governo sobre o projeto de lei, que teve a urgência aprovada na Câmara dos Deputados, que prevê a criminalização do aborto após 22 semanas, mesmo em caso de estupro, e equipara a prática ao crime de homicídio simples.


O governo Lula tenta manter uma boa relação com a bancada evangélica do Congresso Nacional, até mesmo para angariar votos do segmento, que tem uma forte rejeição às pautas de esquerda. 


Atualmente, o Código Penal não prevê punição penal para abortos em caso de estupro, quando há risco de morte para a gestante e não existe outra forma de salvar a vida da mulher ou quando o feto possui anencefalia. 


Pelo texto em tramitação na Câmara, a pena aplicada a quem praticar aborto após 22 semanas seria equiparada a homicídio simples, que varia de seis a 20 anos de prisão. A pena máxima para o crime de estupro é de 10 anos.


O ministro Padilha ressaltou que Lula se comprometeu com os evangélicos a não alterar as regras do aborto no país. “Nunca faria nenhum gesto, nenhuma ação, para mudar a legislação de interrupção da gravidez no país. E nós continuamos com a mesma postura. Não contem com o governo para mudar a legislação de aborto no país, ainda mais em um projeto que estabelece que uma mulher estuprada vai ter uma pena duas vezes maior que a do estuprador”, enfatizou Padilha.


Fonte: Agenda do Poder

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