Ministros afirmam que em relação à chamada 'pauta de costumes', os parlamentares são mais influenciados pela pressão dos eleitores nas redes sociais do que pelos partidos
Ministros que representam partidos do Centrão no governo federal
afirmam que não há condições para mobilizar suas bancadas em votações de
projetos fora da pauta econômica, relata o jornal O Globo.
Segundo esses ministros, o acordo que levou ao apoio ao governo Lula (PT) após
a eleição de 2022 foi focado exclusivamente em temas econômicos.
Em reunião com o núcleo de articulação política do governo
na segunda-feira (3), Lula determinou que os líderes do governo pressionem os
ministros a garantirem os votos necessários para os projetos em tramitação no
Congresso. Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado e conselheiro
próximo do presidente, revelou que a ideia é realizar reuniões com ministros e
bancadas para perguntar diretamente sobre o apoio de seus partidos.
Três ministros, em condição de anonimato, afirmaram que embora
haja apoio significativo dos parlamentares em pautas econômicas, a situação
muda drasticamente em relação a projetos de costumes ou de endurecimento da
legislação penal. Um exemplo recente foi a votação da proposta que restringiu a
saidinha de presos, onde os representantes do Centrão se abstiveram de
mobilizar suas bancadas. Os ministros justificam que, nesses casos, os
deputados são mais influenciados pela pressão dos eleitores nas redes sociais
do que pela orientação partidária, tornando difícil atender às demandas do
governo.
Para evitar derrotas legislativas, como as ocorridas na
semana passada, um dos ministros sugeriu que o governo busque acordos com os
presidentes da Câmara e do Senado para que pautas de costumes ou relacionadas
ao endurecimento da legislação penal não sejam colocadas em votação. Outro
ponto de preocupação é a necessidade de sinalizar para a oposição bolsonarista,
considerando as próximas eleições para a presidência das duas Casas. Arthur
Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) estão inclinados a colocar em pauta
projetos de interesse da ala mais conservadora do Congresso, visto que precisam
do apoio desse grupo de parlamentares para eleger seus sucessores em fevereiro.
Ministros do Centrão também acreditam que
Lula poderá ser forçado a realizar uma reforma ministerial após as eleições
municipais para reorganizar a base de apoio para a segunda metade de seu
mandato.
Fonte: Brasil 247 com informações do
jornal O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário