Presidente do BNDES também defendeu que o Banco Central corte a taxa básica de juros para níveis mais competitivos
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (18)
que o mercado financeiro ficará "surpreso" novamente com o desempenho
positivo da economia brasileira.
“O PIB cresceu ano passado 2,9%. E aí o mercado disse que se
surpreendeu. Se surpreendeu que a inflação caiu. Se surpreendeu com a taxa de
emprego. Se surpreendeu com o mercado de trabalho. Então, eu acho que vai ficar
surpreso de novo, porque os dados são muito fortes, muito consistentes”, disse
Mercadante durante conversa com jornalistas, após a realização do seminário
“Reconstrução de cidades e mudança climática: experiências internacionais e
nacionais para o RS e o Brasil”, na sede do banco, no Rio de Janeiro.
“Nós estamos com a menor taxa de desemprego nos últimos 10 anos.
A população ocupada é a maior da história do índice de pessoas que estão
ocupadas trabalhando. A massa salarial real, o poder de compra do salário, é o
melhor da história econômica do Brasil. E a renda da população cresceu 6,1% nos
últimos 12 meses. Então, você tem uma economia, o mercado de trabalho, o
mercado consumidor voltando, voltando com força”, acrescentou.
Taxa de juros – Questionado sobre a expectativa para a próxima reunião do Copom,
o presidente do BNDES afirmou que não faz projeções, mas ponderou que é preciso
haver uma mudança do atual modelo de juros.
“Vamos aguardar a decisão e nós vamos continuar trabalhando para
ter juros baixos, para a gente poder ganhar competitividade, que é o último
fator que nós precisamos. Porque, com todas as melhoras macroeconômicas, nós
temos a segunda taxa de juros real maior do planeta”, avaliou.
“Eu acho que nós não temos margem de manobra no curto
prazo, no curtíssimo prazo, para alterar essa condição de ter a segunda maior
taxa de juros real do planeta, mas não pode continuar assim. Então tem que se
debruçar sobre esse tema e repensar o caminho da relação antipolítica monetária
fiscal e o Brasil ter juros que sejam compatíveis com as taxas de juros
internacionais, principalmente com os indicadores que nós estamos apresentando,
que são muito fortes”, afirmou.
Fonte: Brasil 247
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