Ex-presidente da Rússia afirmou que o presidente francês e o chanceler alemão vão "para o lixo da história"
Ex-presidente da Rússia e atualmente vice-presidente do Conselho
de Segurança do país, Dmitry Medvedev comentou pelo X, antigo Twitter, nesta
segunda-feira (10) o avanço da extrema direita no parlamento europeu e a
consequente derrota do presidente da França, Emmanuel Macron, e do chanceler
alemão, Olaf Scholz.
Na postagem, Medvedev sugere que Macron e Scholz estão
sendo punidos pela população de seus países por terem se aliado à Ucrânia na
guerra contra a Rússia, ignorando os interesses de suas próprias nações.
"Bem, bem, Macron e Scholz, que não são respeitados por ninguém, viram os
resultados das eleições para o Parlamento Europeu? Eles refletem a sua política
inepta de apoiar as autoridades na Ucrânia, às custas de seus próprios
cidadãos, além da sua política econômica e migratória idiota! Esperem para ver
o que vem a seguir!".
"É hora de se aposentar", escreveu ainda o líder russo, afirmando que Macron e Scholz vão "para o lixo da história".
Saiba mais: Reuters - Os
partidos da direita tradicional europeia, os de centro, liberais e
social-democratas se credenciaram nas eleições deste domingo (9) a manter uma
maioria no parlamento de 720 assentos. Mas a eleição acarretou uma séria
derrota nos líderes da França e da Alemanha, levantando questões sobre como as
principais potências da União Europeia podem conduzir políticas no bloco.
Os avanços da extrema direita nas votações para o
Parlamento Europeu no domingo (9) levaram um ferido presidente francês Emmanuel
Macron a convocar uma eleição nacional antecipada e aumentaram a incerteza
sobre a futura direção política da Europa. Fazendo uma aposta arriscada para
tentar restabelecer sua autoridade, Macron convocou uma eleição parlamentar,
com o primeiro turno em 30 de junho.
Assim como Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz também teve
uma noite dolorosa, onde seus social-democratas obtiveram o pior resultado de
sua história, sofrendo nas mãos dos conservadores tradicionais e da extrema
direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Enquanto isso, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni
viu sua posição fortalecida com seu grupo arquiconservador Irmãos da Itália
ganhando a maioria dos votos, mostraram as pesquisas de boca de urna.
O Partido Popular Europeu (PPE) de direita será a maior família
política na nova legislatura, ganhando cinco assentos para ter 189 deputados,
mostrou uma pesquisa de boca de urna centralizada.
Na Polônia, a Coalizão Cívica centrista do
primeiro-ministro Donald Tusk, membro do PPE, estava prestes a vencer a votação
europeia. Na Espanha, o Partido Popular de centro-direita, também parte do PPE,
saiu vitorioso, superando o primeiro-ministro socialista Pedro Sanchez.
Esses resultados foram boas notícias para Ursula von der Leyen,
que busca um segundo mandato de cinco anos no comando do poderoso braço
executivo da UE.
E ela foi rápida em se apresentar como um escudo contra
extremos. "Nenhuma maioria pode ser formada sem o PPE e juntos
construiremos um bastião contra os extremos da esquerda e da direita",
disse ela aos apoiadores no evento noturno do PPE em Bruxelas.
Ela acrescentou, mais tarde na noite: "Mas também é verdade
que os extremos, tanto da esquerda quanto da direita, ganharam apoio e é por
isso que o resultado vem com grande responsabilidade para os partidos do
centro."
Von der Leyen ainda pode precisar do apoio de alguns
nacionalistas de direita, como os Irmãos da Itália de Meloni, para garantir uma
maioria parlamentar, dando a Meloni e seus aliados do Conservadores e
Reformistas Europeus (ECR) mais influência.
Os socialistas e democratas de centro-esquerda estão
prestes a ser a segunda maior família política, mesmo perdendo quatro
parlamentares, terminando com 135.
Observadores políticos atribuem a mudança para a direita
ao aumento do custo de vida, preocupações com a migração e o custo da transição
verde, bem como a guerra na Ucrânia.
Grupos nacionalistas eurocéticos ECR e Identidade e
Democracia (ID) e legisladores de extrema direita ainda não afiliados a uma
família política da UE, da AfD da Alemanha, garantiram juntos 146 assentos, um
ganho de 19, mostrou a pesquisa centralizada de boca de urna.
A pesquisa projetou que os partidos pró-europeus de
centro-direita, centro-esquerda, liberais e verdes manterão a maioria de 460
assentos, mas uma maioria reduzida em comparação com os 488 da câmara anterior
de 705 deputados.
Na Áustria, a contagem de votos nas seções eleitorais no
domingo, mais uma projeção para votos por correspondência, confirmou que o
Partido da Liberdade de extrema direita venceu, mas por uma margem menor do que
havia sido previsto, disse a emissora nacional ORF.
Nos Países Baixos, estimativas baseadas na maioria dos
votos contados confirmaram pesquisas de boca de urna que mostraram que uma
combinação do Partido Trabalhista/Esquerda Verde estava prestes a ganhar oito
assentos, ligeiramente à frente dos seis assentos do partido anti-imigração de
Geert Wilders.
Fonte: Brasil 247
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