"O redesenho será levado a cabo para equilibrar as contas, mas com a sabedoria de alguém que já demonstrou compromisso com quem mais precisa", garantiu o ministro da Fazenda
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou a equipe econômica a elaborar um “redesenho” das políticas públicas visando equilibrar as contas, mas sem prejudicar a parcela mais pobre da população. “O redesenho que vai ser apresentado será levado a cabo para equilibrar as contas, mas com a sabedoria política de alguém que já demonstrou compromisso com quem mais precisa do Estado brasileiro”, disse Haddad nesta quinta-feira (27), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o “Conselhão”.
Segundo Haddad, “o resultado fiscal [em 2024] foi muito melhor do que nos últimos dez anos. Estamos há dez anos com problemas fiscais no Brasil, que começou em 2015 e não terminou até hoje. o senhor resolver enfrentar essa questão e nunca desautorizou o Ministério da Fazenda a busca dos equilíbrios das contas, pelo da receita, sim - porque nossa receita caiu 2% do PIB [Produto Interno Bruto] pelas renúncias fiscais nos últimos anos -, mas também pelo redesenho das políticas públicas, que está encomendado pelo presidente Lula, que vai ter a sabedoria de o que fazer e o que não fazer para não prejudicar a população mais pobre, o que é um compromisso do Ministério da Fazenda”.
Ainda conforme o ministro, “o Congresso nos apoiou em vários momentos. O slogan que o senhor adotou de ‘colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda’ foi adotado pelo Congresso, que aprovou inúmeras medidas de apoio ao equilíbrio fiscal pelo lado da recomposição da Receita. Outro equívoco que vem sendo cometido ao longo dos meses: ninguém está aumentando a carga tributária. Não se criou imposto, não se aumentou alíquota. O que se fez foi corrigir desequilíbrios fiscais, renúncias fiscais, apontadas recentemente em relatório do Tribunal de Contas da União. Pessoas que detinham riqueza excessiva, com rendimentos exorbitantes, pagaram zero de Imposto de Renda. Várias leis foram aprimoradas, sempre com o Congresso Nacional”.
Haddad, contudo, reconheceu a existência de dificuldades no cenário econômico, especialmente diante do atual cenário internacional. “Temos que reconhecer que o cenário externo se agravou este ano, com a manutenção das taxas de juros nos Estados Unidos, o que nos traz desafios enormes. Nós não temos como alterar a política econômica americana, mas temos que proteger a nossa economia”, disse
“A forma de proteger a nossa economia é acelerar a agenda de reformas econômicas, macroeconômicas e microeconômicas no Congresso Nacional, acelerar o redesenho de políticas públicas, buscar equilíbrio fiscal, sim, pelo lado da receita e da despesa, com sabedoria, com inteligência, para que não coloquemos em risco o crescimento que ajuda a estabilizar a dívida/PIB. Não há condição de estabilizar a dívida/PIB sem crescimento econômico”, completou.
As declarações de Haddad foram feitas um dia após o mercado financeiro reagir mal à fala de Lula de que seria preciso checar se "efetivamente" é preciso cortar gastos ou elevar a arrecadação.
Fonte: Brasil 247
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