Presidente também alertou para a crescente precarização das condições de trabalho em todo o mundo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na 112ª
Conferência Mundial do Trabalho da OIT (Organização Mundial do Trabalho). Lula
foi aplaudido pelos presentes ao criticar os diferentes tipos de desigualdade.
“A desigualdade de gênero, raça, orientação sexual e origem geográfica são
agravantes deste cenário. Em todo o mundo as mulheres são um dos elos mais
vulneráveis na cadeia do mundo do trabalho. A máxima ‘salário igual para
trabalho igual’ ainda é uma utopia. Mais de 0,5 bilhão de mulheres em idade
ativa estão fora da força de trabalho devido a divisão desigual das
responsabilidades familiares e dos cuidados”, disse.
O presidente também falou sobre a importância da justiça
social nos dias atuais e defendeu que o combate à fome e à pobreza são
princípios da democracia e do desenvolvimento. “Nunca a injustiça social foi
tão crucial para a humanidade. É central resgatar o espírito da Declaração da
Filadélfia, adotada há 80 anos. Nela, consignamos que o trabalho não deve ser
tratado como mercadoria, mas como fonte de dignidade. O bem-estar de cada um
depende do bem-estar de todos. Como afirmou o papa Francisco: não há democracia
com fome, nem desenvolvimento com pobreza, nem justiça na desigualdade”,
afirmou Lula.
Lula alertou também para a precarização
do mundo do trabalho e criticou o crescimento do número de empregos informais,
que escondem a realidade de parte da população. “Não devemos nos iludir. A
informalidade, a precarização e a pobreza são persistentes. O número de pessoas
em empregos informais saltou aproximadamente de 1,7 bilhão para 2 bilhões neste
ano. A renda do trabalho segue em queda para os menos escolarizados[...]. Quase
215 milhões, mais do que a população do Brasil, vivem em extrema pobreza mesmo
estando empregados”, enfatizou.
Fonte: Brasil 247
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