Presidente afirmou que o governo deixará de buscar soluções para a compensação da desoneração: "os empresários que apresentem ao ministro da Fazenda uma proposta"
O presidente Lula (PT), em entrevista coletiva neste sábado (15)
no encerramento do G7, disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT),
"jamais ficará enfraquecido" em seu governo. A declaração de Lula vem
após rumores de que o ministro estaria sendo pressionado por diversos setores,
inclusive por alas do governo, principalmente depois de ser ventilada a
possibilidade de desvincular benefícios sociais da Previdência do aumento do
salário mínimo. "O Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for presidente
da República, porque ele é o meu ministro da Fazenda, escolhido por mim e
mantido por mim. Então é o seguinte: se o Haddad tiver uma proposta, o que vai
acontecer é que ele vai me procurar essa semana para sentar e discutir economia
comigo".
O presidente, no entanto, vetou de antemão qualquer ajuste
fiscal que envolva retirar dinheiro e benefícios das classes mais pobres.
"Eu quero antecipar: a gente não vai fazer ajuste em cima dos
pobres".
As discussões sobre desvinculação estão em um contexto em que o
governo busca uma maneira de compensar a desoneração da folha salarial de 17
setores econômicos, vetada pelo presidente Lula mas mantida pelo Congresso
Nacional. Lula afirmou que já disse a Haddad que deixe os empresários e os
parlamentares encontrarem uma solução para a compensação, já que, se não for
encontrada uma saída, o veto à desoneração será retomado. "Vou dizer em
alto e bom som: a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres, porque os que
ficam criticando o déficit fiscal, os que ficam criticando os gastos do
governo, são os mesmos que foram para o Senado aprovar a desoneração de 17
grupos empresariais. São os mesmos. E que ficaram de fazer uma compensação para
suprir o dinheiro da desoneração e não quiseram fazer. Eu disse para o Haddad:
não é problema mais do governo; o problema agora é deles. A decisão da Suprema
Corte diz que dentro de 45 dias, se não tiver o acordo, está válido o meu veto
e não vai ter a desoneração. Então agora os empresários se reúnam, discutam e
apresentem ao ministro da Fazenda uma proposta de compensação".
O presidente ainda deixou uma nova mensagem de compromisso
com a responsabilidade fiscal: "eu acho que tudo aquilo que a gente
detectar que é gasto desnecessário você não tem que fazer. Eu, em 90% da minha
dívida, nunca tive uma dívida, porque eu nunca gostei de fazer uma despesa
maior do que o meu salário. E o que nós estamos fazendo é o seguinte: nós já
fizemos o que ninguém esperava que precisava ser feito, fizemos a regulação do
marco fiscal, aprovamos a reforma tributária, estamos demonstrando a nossa seriedade
de garantir estabilidade jurídica, política, fiscal, econômica e social. Isso
está garantido".
Fonte: Brasil 247
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