"A contestação da ordem vigente não pode ser
privilégio da extrema direita", declarou o presidente durante a 112ª
Conferência Internacional do Trabalho
O presidente Lula discursou nesta quinta-feira 112ª Conferência
Internacional do Trabalho, realizada pela Organização Internacional do Trabalho
(OIT) em Genebra, na Suíça, e tratou do avanço da extrema direita no mundo. Ele
afirmou que os setores progressistas devem recuperar "a bandeira
anti-hegemônica".
"A contestação da ordem vigente não pode ser
privilégio da extrema direita. A bandeira anti-hegemônica precisa ser
recuperada pelos setores populares, progressistas e democratas", disse
Lula, acrescentando críticas ao mercado financeiro: "recuperar o papel do
Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente. A ‘mão
invisível’ do mercado só agrava a desigualdade. O crescimento da produtividade
não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e
muita polarização. Não se pode discutir economia e finanças sem discutir
emprego e renda".
O presidente também falou sobre a taxação
global de super-ricos, proposta pelo Brasil no âmbito do G20. "O Brasil
está impulsionando a proposta de taxação dos super-ricos nos debates do G20.
Nunca antes o mundo teve tantos bilionários. Estamos falando de 3 mil pessoas
que detêm quase US$ 15 trilhões. Isso representa a soma dos PIBs de Japão,
Alemanha, Índia e Reino Unido. É mais do que se estima ser necessário para os
países em desenvolvimento lidarem com a mudança climática. A concentração de
renda é tão absurda que alguns indivíduos possuem seus próprios programas
espaciais, certamente tentando encontrar um planeta melhor que a Terra, para
não ficar no meio dos trabalhadores, que são responsáveis pela riqueza deles.
Não precisamos buscar saída em Marte. É a Terra que precisa do nosso cuidado.
As enchentes que levaram destruição ao Sul do Brasil, ao Quênia e à China, e as
secas na Amazônia, na Europa e no continente africano mostram que o planeta já
não aguenta mais".
Fonte: Brasil 247
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