MP que restringe o uso de créditos tributários do PIS/Cofins como compensação para desoneração da folha de pagamentos foi editada nesta terça-feira pelo presidente Lula
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL),
solicitou explicações ao Ministério da Fazenda sobre a medida provisória (MP)
que restringe o uso de créditos tributários do PIS/Cofins como compensação para
desoneração da folha de pagamentos. A MP foi editada nesta terça-feira (4) pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e já enfrenta resistência,
especialmente da bancada ruralista.
A nova medida provisória tem como objetivo conter
distorções econômicas geradas pelo atual uso dos créditos tributários, segundo
o Ministério da Fazenda. No entanto, Lira revelou que a proposta não foi
discutida previamente. Nesta linha, segundo a Folha de S. Paulo, o presidente da Câmara ligou para Dario Durigan,
secretário-executivo da Fazenda e ministro interino durante a viagem de
Fernando Haddad a Roma, para pedir esclarecimentos.
Ele também encaminhou um parecer de um escritório de advocacia
com uma série de ressalvas à medida provisória. Ainda segundo a reportagem,
Durigan tentou explicar a proposta ao presidente da Câmara e se comprometeu a
conversar com os parlamentares para detalhar a MP.
A Fazenda está otimista quanto à capacidade de convencer
os parlamentares da necessidade da medida, mas enfrenta uma forte oposição,
especialmente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O presidente da FPA,
deputado Pedro Lupion (PP-PR), criticou a MP e anunciou que a bancada, composta
por cerca de 300 deputados, atuará para barrar a proposta.
"Só na cadeia de soja, [são] R$ 6,5 bilhões de crédito
presumido de PIS e Cofins que deixarão de ser recebidos com o texto do MP. Sem
contar laranja, sem contar carne, sem contar indústria farmacêutica. É um
acinte, uma loucura o que o governo está fazendo sem conversar com
ninguém", disse Lupion.
Ainda segundo ele, "a indústria produtiva do Brasil
está desesperada, assustadíssima. E querem ainda que a gente acredite em IBS e
CBS [novos impostos criados com a reforma tributária] com devolução de crédito.
Não existe a mínima condição. Não fomos consultados e vamos criar todos os
problemas possíveis para essa MP do jeito que está".
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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