Apesar das críticas, Stédile enfatizou a necessidade em defender o presidente diante dos ataques de "seus inimigos": "O governo Lula foi eleito por nós e temos que defendê-lo"
RT - O economista João Pedro
Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criticou
a política de democratização da terra do Governo Lula em uma entrevista
recentemente publicada pelo veículo ''O Joio e o Trigo''.
"O Governo não está fazendo nada na reforma agrária.
É uma vergonha", declarou Stédile ao veículo. "Nós já estamos há um
ano e meio, não avançamos. Desapropriação não avançou. O crédito para os
assentados não avançou, nem o Pronera [Programa Nacional de Educação na Reforma
Agrária]", acrescentou.
Para Stédile, a dificuldade enfrentada pelo presidente Lula para
instituir políticas públicas mais robustas se deve à composição do Governo de
"Frente Ampla". Apesar de reconhecer a importância da estratégia para
"derrotar o Bolsonaro", o ativista adverte sobre o seu impacto na
resolução dos "prolemas da população". "Por isso que não decola
o aumento da popularidade. Ao contrário, está diminuindo", acrescenta.
"Já perdi a paciência de ouvir ministro dizer que não
há incompatibilidade entre a agricultura familiar e o agronegócio. O
agronegócio usando agrotóxico é incompatível com o vizinho de dez hectares que
não usa, porque ele vai contaminar, vai matar a biodiversidade".
Apesar das críticas, Stédile enfatizou a necessidade em defender
o presidente diante dos ataques de "seus inimigos" - apontados como
as multinacionais, o capital financeiro, o latifúndio e parte do agronegócio.
"O governo Lula foi eleito por nós e temos que defendê-lo",
declarou.
CENÁRIO POLÍTICO
ADVERSO - O movimento em prol da
redistribuição de terras no Brasil vivencia um momento crítico. Além dos
obstáculos destacados por Stédile, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto, no mês de maio,
que prevê sanções a "invasores de terras". As punições incluem a
proibição de participar do programa nacional de reforma agrária e a suspensão
de benefícios sociais ou incentivos fiscais, tais quais o Bolsa Família ou os
créditos rurais.
O texto é um substitutivo do deputado
Pedro Lupion (PP-PR), coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, a um
projeto de lei do congressista Marcos Pollon (PL-MS). Sua constitucionalidade
foi determinada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, sob
relatoria do ex-ministro Ricardo Salles (PL-SP), ainda em abril.
Fonte: Brasil 247 com RT
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