Supostos crimes atribuídos ao ministro teriam sido cometidos quando ele ocupava uma cadeira na Câmara dos Deputados
O Ministro das Comunicações, Juscelino
Filho, negou nesta quarta-feira (12) as acusações de desvio de emendas
parlamentares e comparou o seu indiciamento pela Polícia Federal (PF) às ações
conduzidas durante a Operação Lava Jato. Segundo Juscelino, a investigação é
movida por interesses políticos.
A Polícia Federal (PF) indiciou Juscelino
nesta quarta-feira por supostos desvios de recursos destinados a obras da
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf). Os investigadores alegam que o ministro se beneficiou do
asfaltamento de ruas que dão acesso à fazenda de sua família, localizada em
Vitorino Freire, no Maranhão. Os supostos crimes teriam sido cometidos quando
ele ocupava uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Juscelino foi indiciado pelos crimes de corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e organização criminosa. O inquérito foi encaminhado ao
Supremo Tribunal Federal (STF) e terá o ministro Flávio Dino como relator.
"O indiciamento é uma ação política e previsível, que
parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a
defesa sobre o escopo do inquérito”, disse o ministro por meio de uma nota
oficial. Ainda segundo ele, “é importante deixar claro que não há nada,
absolutamente nada, que envolve minha atuação no Ministério das Comunicações,
pautada sempre pela transparência, pela ética e defesa do interesse público”.
Na nota, Juscelino destaca que durante o seu depoimento à PF “o
delegado responsável não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da
investigação. Além disso, o encerrou abruptamente após apenas 15 minutos, sem
dar espaço para esclarecimentos ou aprofundamento”, o que, segundo ele, “isso
suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus operandi que já vimos na
Operação Lava-Jata e que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes”.
Confira a íntegra da nota de Juscelino Filho sobre o caso:
“A investigação, que deveria ser um instrumento para descobrir a
verdade, parece ter se desviado de seu propósito original. Em vez disso,
concentrou-se em criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião
pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos.
O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte
de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa
sobre o escopo do inquérito.
É importante deixar claro que não há nada, absolutamente nada,
que envolve minha atuação no Ministério das Comunicações, pautada sempre pela
transparência, pela ética e defesa do interesse público.
Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos
meus familiares, sem encontrar nada. A investigação revira fatos antigos e que
sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar.
No exercício do cargo como deputado federal, apenas indiquei
emendas parlamentares para custear obras. A licitação, realização e
fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos
demais órgãos competentes.
Durante o meu depoimento, o delegado responsável não fez
questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação. Além disso, encerrou
abruptamente após apenas 15 minutos, sem dar espaço para esclarecimentos ou
aprofundamento.
Isso suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus
operandi que já vimos na Operação Lava-Jata e que causou danos irreparáveis a
pessoas inocentes.
É importante lembrar que o indiciamento não implica em
culpa. A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio
plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário. Minha inocência será
comprovada ao final desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a
presunção de inocência sejam respeitados.
Juscelino Filho."
Fonte: Brasil 247
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