Exército de Israel designou o local como área humanitária e depois atacou a chamada "zona segura", que abriga 1,7 milhão de palestinos
Na madrugada desta quinta-feira (13),
a cidade costeira de Al-Mawasi, no sul da Faixa de Gaza, foi alvo de intensos
ataques por terra, mar e ar conduzidos pelo exército israelense. Os ataques,
que incluíram bombardeios aéreos e disparos de metralhadoras pesadas pela
Marinha, aconteceram em uma área previamente designada pelas próprias Forças de
Defesa de Israel (IDF) como uma "zona segura". A informação foi
confirmada pela agência oficial de notícias palestina WAFA e divulgada pela CNN
e jornal O Globo.
O ataque em Al-Mawasi ocorre em um momento de incerteza
sobre uma proposta de cessar-fogo mediada pelos Estados Unidos. O acordo, que
incluiria uma troca de reféns, ainda não teve adesão formal por parte dos
envolvidos, mantendo a região em um estado de tensão constante.
Em maio, as IDF instruíram civis do leste de Rafah a buscar
abrigo em Al-Mawasi, considerada uma zona segura. Porém, essa segurança foi
desmantelada com os recentes bombardeios. O campo de Al-Mawasi, já
sobrecarregado com deslocados internos, tornou-se ainda mais lotado quando
milhares de residentes de Rafah buscaram refúgio após os combates se
intensificarem.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e outras agências
humanitárias, incluindo a Oxfam, alertaram para a inadequação das instalações
em Al-Mawasi para abrigar as centenas de milhares de pessoas deslocadas. Com
mais de um milhão de refugiados em movimento, a pressão sobre a infraestrutura
local se tornou insustentável.
De acordo com um relatório da Oxfam,
datado de 4 de junho, estima-se que mais de 1 milhão de pessoas foram
deslocadas de Rafah para áreas adjacentes como Al-Mawasi, Deir al-Balah e Khan
Younis nas últimas semanas. Esse movimento forçado fez com que cerca de 1,7
milhão de pessoas, ou mais de dois terços da população de Gaza, se aglomerassem
em uma área de apenas 69 quilômetros quadrados, o que representa menos de um
quinto da Faixa de Gaza.
Fonte: Brasil 247 com informações do
jornal O Globo
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