quinta-feira, 20 de junho de 2024

Inverno começa nesta quinta com temperaturas acima da média e pouca chuva; confira a previsão

 

Especialistas preveem estação quente e irregularidades climáticas no Brasil

(Foto: ABr)

O inverno começa oficialmente no Hemisfério Sul nesta quinta-feira (20) às 17h50, horário de Brasília. A transição do outono para a estação mais fria do ano é marcada pelo solstício de inverno, fenômeno em que o planeta atinge o ponto mais distante do Sol, aparentando uma pausa em sua trajetória.

Segundo o astrônomo Thiago Gonçalves, diretor do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em entrevista à Agência Brasil, o solstício acontece duas vezes ao ano, uma em junho e outra em dezembro. A inclinação do eixo da Terra faz com que um hemisfério fique mais exposto à luz solar, iniciando o verão, enquanto o outro entra no inverno.

Apesar da chegada do inverno, o meteorologista Vinícius Lucyrio, da Climatempo, prevê uma estação quente, semelhante ao outono. "A tendência é de temperaturas acima da média nos próximos três meses, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste", afirma Lucyrio. Os principais fatores para as temperaturas anormais e chuvas irregulares listados pelo G1 são:

  • Bloqueios atmosféricos: Menos massas de ar frio conseguem avançar pelo interior do país, resultando em extremos de calor, mesmo durante o inverno.
  • Águas aquecidas do Oceano Atlântico: Interferem na atmosfera, alterando os padrões típicos do inverno, mesmo com a atuação do fenômeno La Niña, que geralmente traz frentes frias mais fortes para o Brasil.

Embora o inverno seja previsto com médias de temperaturas mais altas, os meteorologistas alertam que ainda haverá dias frios, com maior variabilidade térmica em comparação ao ano passado.

Previsões para o Inverno nas Regiões do Brasil

1.     Frio e Fenômenos Climáticos:

·         Boa parte do país terá temperaturas acima da média, mas ondas de frio devem ocorrer, principalmente no Sul.

·         Maior potencial para geada e neve no Sul, sul do Mato Grosso do Sul e algumas áreas de São Paulo, especialmente entre a segunda quinzena de julho e o início de setembro.

1.     Ondas de Calor:

·         Prováveis no fim da estação, com agosto e setembro tendendo a temperaturas muito acima da média.

1.     Seca na Amazônia:

·         Tendência de baixa acelerada do nível dos rios até a primeira quinzena de outubro, com marcas semelhantes às de 2023.

1.     Chuvas no Nordeste:

·         Altos volumes de chuva ainda são esperados em julho, especialmente no leste nordestino, embora a tendência geral seja de volumes entre a média e um pouco abaixo.

1.     Queimadas:

·         Maior número de focos de queimadas e área queimada em comparação a 2023, devido à irregularidade de chuvas e altas temperaturas prolongadas.

Influência do La Niña

A Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) indica que o Oceano Pacífico está em fase neutra, mas observa-se uma tendência de resfriamento, sinalizando a instalação do La Niña nos próximos meses. "O La Niña deve se instalar definitivamente entre a segunda quinzena de julho e o início de agosto", prevê Lucyrio.

Os efeitos clássicos do La Niña no Brasil incluem:

  • Aumento de chuvas no Norte e Nordeste;
  • Tempo seco no Centro-Sul;
  • Condições mais favoráveis para a entrada de massas de ar frio.

Tendências Climáticas Mensais

  • Julho: Possibilidade de ser o mais quente já registrado, com temperaturas acima da média e grandes amplitudes térmicas.
  • Agosto: Maior variabilidade de temperaturas no Sul, com períodos de calor predominando.
  • Setembro: Prováveis novas ondas de calor, com temperaturas acima da média e chuvas abaixo da média em quase todo o país.

O próximo fenômeno climático significativo será o equinócio, que ocorrerá em setembro, quando dia e noite terão a mesma duração e ambos os hemisférios serão igualmente iluminados, segundo Gonçalves. A duração completa do ciclo até o próximo solstício de inverno é de 365 dias, 48 minutos e 46 segundos, necessitando o ajuste do calendário com o ano bissexto a cada quatro anos.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

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