Veículos de comunicação e colunistas vinculados ao neoliberalismo usam o tema para tentar minar a popularidade do presidente Lula
Veículos de comunicação da imprensa corporativa e colunistas
vinculados ao neoliberalismo têm feito uma campanha aberta de desgaste do
presidente Lula (PT) e da primeira-dama, Janja, em relação ao chamado "PL
do estupro", que tramita na Câmara dos Deputados. De autoria do deputado
federal bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o projeto visa equiparar o
aborto depois da 22ª semana de gravidez ao crime de homicídio. Na versão
original da proposta, a mulher que realizasse aborto após o tempo estipulado
poderia pegar uma pena maior do que a do próprio estuprador.
Proposto por um parlamentar de oposição e apoiado por
tantos outros também de oposição, a imprensa tenta minar a popularidade do
presidente e da primeira-dama diante do assunto, oferecendo um beco sem saída:
se silenciarem, estariam apoiando de forma velada o "PL do estupro";
por outro lado, se protestarem contra o projeto, ganham a alcunha de
"abortistas". Em entrevista à GloboNews, o deputado evangélico
Cezinha de Madureira (PSD-SP) resumiu a estratégia adotada pela imprensa e pela
oposição para atacar o governo: se Lula “vetar um assunto como esse, ele está
dizendo que é um assassino".
Vale lembrar que os deputados da base do governo têm se colocado
frontalmente contra o projeto, enquanto os bolsonaristas comemoram o avanço da
pauta.
Além disso, a imprensa ignora o fato de que Lula e Janja
estão no exterior, em viagem para participar de uma conferência na Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e de uma reunião de cúpula do G7. O próprio
presidente disse a jornalistas que trataria sobre o "PL do estupro"
ao retornar ao Brasil. “Você acha que não é justo, acabei de sair de uma
palestra, vir falar de uma coisa que está sendo discutida na Câmara? Deixa eu
voltar para o Brasil, tomar pé da situação e aí você pergunta e eu falo com
você”.
Ainda que Lula não tenha se manifestado, os ministros Silvio
Almeida, dos Direitos Humanos, e Cida Gonçalves, das Mulheres, criticaram
publicamente a proposta em tramitação. Almeida, por exemplo, afirmou que o
projeto é “vergonhosamente inconstitucional, pois fere o princípio da dignidade
da pessoa humana e submete mulheres violentadas a uma indignidade inaceitável”.
Fonte: Brasil 247
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