Sete em cada dez brasileiros apoiam a implementação de uma taxa sobre
grandes fortunas, conforme revelou uma pesquisa realizada pela Ipsos. O estudo
indica que, nas principais economias globais, mais de dois terços da população
acreditam que os ricos deveriam pagar mais impostos.
Encomendado pelas organizações Earth4All e Global
Commons Alliance, o levantamento é divulgado enquanto o G20 se prepara para a
reunião de ministros de Finanças em julho, conforme informações do colunista
Jamil Chade, do UOL.
O objetivo do encontro é consolidar a proposta do Brasil de aumentar a
taxação sobre grandes fortunas como uma medida para combater as desigualdades
globais.
Segundo a pesquisa, 68% dos entrevistados nos países do
G20 são a favor de impostos maiores sobre grandes fortunas para financiar
mudanças significativas na economia e nos padrões de vida, com apenas 11% se
opondo. Além disso, 70% apoiam taxas de imposto de renda mais altas para os
ricos e 69% são favoráveis a maiores impostos sobre grandes corporações.
No Brasil, o apoio a impostos sobre
grandes fortunas supera a média global, alcançando 70%. Baseado em entrevistas
com mil brasileiros maiores de 18 anos, o estudo mostrou que 53% defendem a
ideia de uma renda básica universal, acima dos 52% registrados no G20. Na
Índia, a taxa de apoio é de 71%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: reprodução
Vale destacar que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é um forte
defensor dessa proposta, ressaltando a necessidade urgente de implementar
impostos sobre grandes fortunas para captar recursos destinados ao combate à
fome global e ações contra as mudanças climáticas.
O maior apoio ao imposto sobre a fortuna é observado na
Indonésia (86%), Turquia (78%), Reino Unido (77%) e Índia (74%). Já na Arábia
Saudita e Argentina, ambos com 54%, o apoio é menor, mas ainda significativo.
Nos Estados Unidos, França e Alemanha, aproximadamente dois terços dos
entrevistados apoiam a taxação das grandes fortunas (67%, 67% e 68%,
respectivamente).
A pesquisa também destacou que 71% das pessoas nos
países do G20 consideram necessário adotar medidas na próxima década para
reduzir as emissões de carbono. Além disso, 68% dos entrevistados concordam que
a economia deve priorizar a saúde e o bem-estar das pessoas e do meio ambiente,
ao invés de focar apenas no lucro e no aumento da riqueza.
Esse percentual chega a 91% no México,
83% na África do Sul e 81% no Brasil, sendo menor na Arábia Saudita (52%) e nos
Estados Unidos (62%).
Fonte:
DCM
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