Varejista chinesa chamou de “retrocesso” imposto de 20%, mas ela mesma propôs a taxa ao ministro em reunião
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrou a varejista chinesa Shein, após a empresa chamar de “retrocesso” a decisão da Câmara de aplicar o imposto de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. A medida será analisada pelo Senado nesta terça-feira, segundo o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco.
A coluna da jornalista Bela Megale, no jornal O GLOBO, apurou que Haddad chegou a enviar uma mensagem a representantes da plataforma na qual reclamou da nota em que Shein afirma que os preços vão aumentar com a decisão do Congresso.
A postura da empresa, na realidade, contradiz a proposta que a própria plataforma sugeriu a Haddad, em reunião que tiveram no ano passado. Na ocasião, a Shein chegou a falar da taxação de 20% e disse, inclusive, que conseguiria absorver essa cifra sem repassar o impacto financeiro. Na mensagem, Haddad destacou que a varejista online se queixa de uma proposta que ela mesma apresentou um ano atrás.
Na semana passada, a Câmara aprovou uma alíquota de 20% para as encomendas nesse valor. A cifra é um meio-termo encontrado entre os partidos e o governo para a chamada “taxação das blusinhas”, como a medida ficou popularmente conhecida. O imposto busca trazer mais competitividade para as empresas do varejo nacional, diante das plataformas de varejo estrangeiras.
Antes da aprovação pela Câmara, o presidente Lula havia dito que vetaria a taxação. Com o acordo dos 20%, o vice-presidente Geraldo Alckmin disse que Lula não deve derrubar a medida, caso ela seja confirmada no Senado.
Fonte: Agenda do Poder com informações do jornal O Globo
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