Em um evento de empreendedores realizado neste sábado (15), em São
Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o cenário
internacional é desafiador, mas que o Brasil tem condições de aproveitar o
momento para se tornar uma potência socioambiental e uma das grandes lideranças
do mundo.
“O
Brasil precisa dar esse salto. Não temos por que estarmos condenados a ser um
país médio. Podemos ser grandes. Mas precisamos sonhar juntos”, disse o
ministro, que participou do evento Desperta Empreendedor, promovido pelo
Instituto Conhecimento Liberta (ICL), na capital paulista.
“Temos oportunidade hoje. Estamos em um contexto internacional muito
desafiador, mas esses momentos desafiadores são, às vezes, a janela que se
precisa para se despontar como uma liderança. E o Brasil precisa liderar
processos muito significativos desse cenário histórico, que está muito
desarrumado. Se o Brasil estiver arrumado, podemos efetivamente representar um
caminho para as coisas”, acrescentou.
Segundo o ministro, o Brasil precisa aproveitar
principalmente a sua vantagem natural, que é sua matriz energética limpa,
para se posicionar para o futuro. “O Brasil tem condições de ser uma potência
socioambiental que se desenvolve em um padrão novo. O Brasil tem quase 90% de
sua matriz elétrica limpa. A média nos países da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico [OCDE] é um terço disso”, disse ele.
No entanto, destacou o ministro, o Brasil precisa fazer sua parte. Não basta, segundo ele, ter apenas os recursos naturais. “Se a gente não se prevenir e começar a fazer a lição de casa, aproveitando a vantagem [dos recursos naturais] que temos, a tecnologia dos outros países pode superar a nossa vantagem. Se a gente não entender o que o destino está nos oferecendo, o mundo, pela tecnologia, vai acabar superando nossas vantagens naturais.”
Coletividade
Durante sua participação no evento, o ministro enfatizou
a necessidade de se pensar em um projeto coletivo para o país. “Nunca vi
um país que deu certo sem um projeto coletivo. Vá ver a história da Inglaterra,
da França, do Japão, dos Estados Unidos. Isso não significa abdicar dos seus
sonhos individuais. O ser humano é um organismo que se define pelo sonho, por
viajar no tempo, inovar, criar, imaginar o futuro. Ninguém está pedindo para as
pessoas abdicarem dos seus sonhos. Mas a partir do momento que você abre mão do
sonho da tua comunidade, você vai prosperar menos do que você pensa. Se o seu
sonho estiver engajado – o sonho do teu grupo, que é o Brasil – você vai muito
mais longe. É erro dissociar uma coisa da outra”, disse o ministro, sob
aplausos do público.
Ele também aproveitou o momento para destacar que
algumas pessoas que estão em posição de poder não têm interesse público em
resolver a “encrenca” que é o Brasil. “Ás vezes quem está em uma posição de
poder não está fazendo a coisa certa para o país. Você tem um país de ouro, um
povo de ouro, e você vê que quem pode fazer a diferença, nem sempre está
pensando em interesse público. E devia estar. Essa é a coisa mais difícil de
lidar na vida pública no Brasil.”
Segundo ele, é necessário se pensar em coletividade para
fazer o país evoluir. “Às vezes se perde a conexão com a coletividade. Mas esse
equilíbrio entre ser um indivíduo que sonha sem perder a conexão com a sua
comunidade é, na minha opinião, o segredo do sucesso do país”, disse.
Originalmente publicado em Agência Brasil
Fonte: DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário