O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Foto: Cláudio Reis/Enquadrar
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ainda não
definiu uma data para votar o projeto
de lei que equipara o aborto ao crime de homicídio simples. De
acordo com aliados de Lira, essa decisão tem respaldo dentro do governo.
Segundo a CNN, fontes afirmam que o líder do governo na Câmara, José Guimarães
(PT-CE), conseguiu um acordo com outras lideranças e com o presidente da Casa
para deixar a votação indefinida.
Uma das razões para essa indefinição é a tentativa de
desvincular o debate do contexto eleitoral, adiando a discussão para depois das
eleições municipais. Além disso, o objetivo é ganhar tempo para mobilizar a
sociedade, esvaziando a proposta e possibilitando alterações no texto.
Apesar disso, há uma certa desconfiança sobre o
cumprimento desse acordo por parte de Lira. Mesmo com os apelos dos
governistas, ele pautou a votação da urgência do projeto de lei do aborto, que
foi aprovada
de forma simbólica e rápida na última quarta-feira (12). Com a
aprovação da urgência, o texto não precisará passar pelas comissões temáticas
antes de ser discutido no plenário, acelerando assim sua análise.
José Guimarães, líder do PT na Câmara. Foto: reprodução
“Este PL é violento para com crianças e
mulheres que já são vítimas de violência. Nosso trabalho é mostrar ao
presidente da Câmara que o PL aprofunda a dor e a tragédia na vida das vítimas
para fazer uma disputa política”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS) à
CNN.
Por outro lado, a oposição se prepara para cobrar de Lira o cumprimento
de promessas de campanha relacionadas à sua recondução à Câmara em 2023. O
autor do projeto, deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse à
CNN que espera ver o texto votado no plenário em até duas semanas. Segundo ele,
Lira se comprometeu a levar as chamadas pautas de costumes à votação, em aceno
às bancadas conservadoras.
“Isso está prometido desde a reeleição dele. Arthur Lira
é cumpridor de compromissos, não temos nenhuma dúvida de que ele vai cumprir
tudo com a Frente Evangélica”, afirmou Sóstenes.
Lira, por sua vez, teria comunicado ao governo que não
seria possível focar apenas na agenda econômica este ano, mas que também
precisaria sinalizar internamente. Ele busca garantir o apoio da oposição à sua
escolha para a sucessão no comando da Casa.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) firmou um
compromisso com Lira para apoiá-lo na escolha, mas a bancada bolsonarista de 95
deputados ainda demonstra resistência sobre a quem dará apoio no próximo ano.
Fonte: DCM
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