"Tem vários cenários que estão sendo discutidos. Vamos levar algumas propostas para o presidente, que pode aceitar ou não", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que a equipe
econômica está analisando diversos cenários para revisar os pisos de saúde e
educação, com o objetivo de alinhar o crescimento dessas despesas à lógica do
novo arcabouço fiscal. "Tem vários cenários que estão sendo discutidos
pelas áreas técnicas, mas nenhum foi levado ainda à consideração do
presidente", afirmou Haddad nesta terça-feira (11), de acordo com a Folha de S. Paulo.
A proposta em estudo pela Fazenda visa alterar as regras
orçamentárias de forma que o aumento das despesas com saúde e educação seja
limitado a uma alta real de até 2,5% ao ano, conforme estabelecido pelo
arcabouço fiscal. “Por ocasião da discussão do Orçamento [de 2025], nós vamos
levar algumas propostas para o presidente, que pode aceitar ou não, dependendo
da avaliação que ele fizer”, disse o ministro, destacando que "ninguém tem
perda" em caso de revisão.
As possíveis alterações ocorrem em um momento em que o governo
enfrenta pressão para apresentar medidas de equilíbrio fiscal pelo lado das
despesas, após um ano e meio focado na busca por mais receitas. O prazo para
enviar a peça orçamentária ao Congresso Nacional é até 31 de agosto.
Em 2024, os mínimos constitucionais para saúde e educação
voltaram a ser vinculados à arrecadação. O piso da saúde equivale a 15% da
receita corrente líquida (RCL), enquanto o da educação representa 18% da
receita líquida de impostos (RLI).
Atualmente, os pisos de saúde e educação crescem de forma mais
acelerada do que outras despesas, o que cria a necessidade de revisão desses
mínimos para garantir a sustentabilidade do novo arcabouço fiscal no médio
prazo. Sem alterações, a avaliação é de que o espaço para os demais
gastos seria totalmente consumido até o fim da década.
Ainda de acordo com a reportagem, o Tesouro Nacional
sugeriu a mudança dos pisos para uma forma alinhada ao novo arcabouço fiscal em
um relatório e também já estudou a possibilidade de alterar o cálculo da RCL
para desacelerar o crescimento das despesas.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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