Organização espera dezenas de milhares de pessoas na Avenida Paulista
Brasil de Fato - Dezenas de milhares
de pessoas devem participar, neste domingo (16), da 16ª edição da Marcha da
Maconha em São Paulo. O ato na Avenida Paulista, região central da cidade,
acontece em meio ao avanço da chamada "PEC das Drogas", em mais uma
investida reacionária do Congresso Nacional.
Tradicionalmente realizada aos sábados, a Marcha da
capital paulista passa, este ano, a acontecer no domingo. O objetivo é tornar o
evento ainda mais acessível, já que nesse dia a circulação na Avenida Paulista
é restrita a pedestres e, recentemente, foi instaurada a "tarifa
zero" no transporte público por ônibus na cidade de São Paulo.
Um dos organizadores da Marcha, o fotógrafo e historiador Luiz
Fernando Petty destacou que a mudança de sábado para domingo já era discutida
há algum tempo, especialmente depois de flexibilizações nas leis trabalhistas
que fizeram aumentar o número de pessoas trabalhando aos sábados. Nos últimos
anos, cresceram os pedidos de potenciais participantes para o ato acontecer no
domingo. A expectativa é de crescimento no total de participantes.
"A gente tem uma organização que conseguiu extrapolar
uma pauta que, em tese, seria de classe média, de pessoas brancas que têm certa
segurança. A gente luta pelo fim da guerra às drogas, a guerra que atinge
principalmente a população periférica, a população negra, e acho que a gente
conseguiu colocar essas pessoas como protagonistas na Marcha", disse Petty
ao Brasil de Fato.
Tratada pela organização como "o maior ato de desobediência
civil do país", a Marcha da Maconha da capital paulista se consolidou como
símbolo da luta pelo fim da guerra às drogas no país. A articulação de direita
que faz avançar a "PEC das Drogas" no Congresso não intimida. Pelo
contrário.
"A gente espera que a PEC mobilize mais pessoas a estarem no ato, inclusive pessoas que não são usuárias e que acreditam que a guerra às drogas é um malefício maior que o uso de qualquer droga. A gente está na luta, fez parte de uma grande mobilização nacional com relação à PEC e no domingo é mais um dia para a gente demonstrar nossa insatisfação com esse Congresso", apontou Petty.
A organização escolheu o tema
"Bolando o Futuro sem Guerra" para esta edição da manifestação. O
objetivo é reforçar a necessidade de reforma urgente nas políticas de drogas do
país, em contraponto às iniciativas fracassadas das últimas décadas.
"A gente não está ali na rua só para fumar maconha. A marcha é pelo
fim da guerra às drogas, pelo fim do genocídio da juventude negra, pelo fim da
superlotação das prisões, pelo direito ao próprio corpo, por uma saúde mental
de qualidade, por uma política de redução de danos em vez de uma política de
internações compulsórias... É pela maconha, mas não é só pela maconha",
complementou Luiz Fernando Petty.
Do MASP à República
O ato tem concentração marcada para o Museu de Arte de São Paulo (MASP)
às 14h20 e saída às 16h20. Os participantes vão descer a rua Augusta até a rua
Dona Antônia de Queirós, seguindo pela Consolação. A mobilização termina na
Praça da República, no centro da cidade. A Marcha terá participação do Bloco
Carnavalesco Planta na Mente, do Rio de Janeiro, que vai à capital paulista
especialmente para a manifestação.
Fonte: Brasil 247 com Brasil de Fato
Nenhum comentário:
Postar um comentário