segunda-feira, 10 de junho de 2024

Em conversa com Putin, Lula defende inclusão da Rússia em negociações sobre a Ucrânia

 O presidente brasileiro recusou convite para participar de encontro na Suíça com mais de 90 governos, alegando que uma reunião sem a presença russa seria inadequada

O presidente Lula conversou nesta segunda-feira (10) com o presidente russo Vladimir Putin, defendendo a participação da Rússia nas negociações para um acordo político visando a guerra na Ucrânia. A ligação ocorreu enquanto a cúpula dos chanceleres do BRICS acontecia na Rússia e durou cerca de 30 minutos.


Como informa Jamil Chade, no UOL, Lula destacou a importância de incluir a Rússia nas discussões, poucos dias antes de uma reunião na Suíça que reunirá representantes de mais de 90 governos. O presidente brasileiro, no entanto, recusou o convite para participar do encontro, alegando que uma reunião sem a presença russa seria inadequada.


O Brasil também não enviará o chanceler Mauro Vieira ou o assessor especial Celso Amorim para a reunião na Suíça. A representação brasileira será feita pela embaixada em Berna, demonstrando a baixa prioridade política que o governo atribui ao evento. O governo brasileiro expressou preocupação de que o encontro possa apenas validar a posição do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que rejeita negociações enquanto as tropas russas estiverem em território ucraniano.


“Sobre a Ucrânia, o presidente Lula reiterou a defesa de negociações de paz que envolvam os dois lados do conflito, em linha com o documento assinado pelos assessores presidenciais Celso Amorim e seu homólogo chinês Wang Yi”, informou o Palácio do Planalto. O documento sugere uma desescalada do conflito e uma negociação envolvendo tanto Kiev quanto Moscou.


A postura brasileira gerou insatisfação na Ucrânia, que acusou o governo Lula de se aliar aos russos. Além disso, Lula enfatizou a necessidade de uma reforma ampla no sistema de governança global, a ser debatida no G20, para refletir os novos arranjos geopolíticos e fortalecer o papel das Nações Unidas na prevenção de conflitos.


Fonte: Agenda do Poder com informações do colunista Jamil Chade, do UOL

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