Candidata de esquerda Claudia Sheinbaum, 61, é favorita para governar até 2030 pelo partido Morena, de Obrador
Brasil de Fato - Neste domingo (2), o
México realiza as maiores eleições de sua história, que poderão levar pela
primeira vez uma mulher à presidência do país.
Quase 100 milhões de mexicanos – de uma população de 129
milhões – estão aptos a votar nesta eleição de turno único, vencida por maioria
simples.
Pouco mais de 20 mil cargos, incluindo o Congresso e nove dos 32
governadores, estão em disputa nas eleições, que ocorrem após o assassinato de
30 candidatos a cargos locais.
Candidaturas
Amparada pela popularidade do presidente em exercício,
Andrés Manuel López Obrador, a candidata de esquerda Claudia Sheinbaum, de 61
anos, é a favorita para governar até 2030 o maior país de língua espanhola e a
segunda maior economia latino-americana depois do Brasil.
Física e ex-prefeita da Cidade do México (2018-2023), de origem
judaica, Sheinbaum lidera as intenções de voto, à frente de sua adversária de
centro-direita Xóchitl Gálvez, senadora e empresária de raízes indígenas,
também de 61 anos.
A média das principais pesquisas, realizadas pela empresa
Oraculus, concede a Sheinbaum 55% de apoio, contra 33% de Gálvez.
Em terceiro aparece Jorge Álvarez Máynez (12%), um ex-deputado
centrista de 38 anos, que retomou as atividades no sábado após a morte na
semana passada de nove pessoas quando um palco desabou durante um de seus
comícios.
Propostas
Sheinbaum, definida por sua equipe como uma mulher de
caráter e disciplinada, baseou sua campanha na promessa de dar continuidade ao
projeto de López Obrador, o primeiro presidente de esquerda do México, cujo
índice de aprovação chega a 66%. No México não há reeleição.
Durante os seis anos de mandato de López Obrador, 8,9 milhões de
pessoas saíram da pobreza, situação que ainda abrange mais de um terço da
população, segundo dados oficiais.
Gálvez, nascida em uma família humilde e que se tornou uma
empresária de sucesso no setor da tecnologia, concentrou o seu discurso na
recuperação da segurança, o calcanhar de Aquiles de AMLO (iniciais do
presidente em exercício), a quem acusa de tolerância com cartéis do tráfico de
drogas.
Gálvez é apoiada por uma coalizão dos partidos tradicionais PRI
(que governou durante sete décadas até 2000), PAN e PRD.
Esquerda pode ampliar cargos no
México
Além de liderar a disputa presidencial, o partido Morena
tenta ampliar de 7 para 10 o número de governadores no país, caso vença as
disputas em Guanajuato, Yucatán e Jalisco, que estão com a oposição. Em 2018,
nas eleições que elegeram López Obrador, o partido conseguiu eleger número
suficiente de deputados e senadores para obter uma maioria simples no Congresso
Nacional. Eder Guevara, militante que participou da fundação do partido Morena
e colabora com o Instituto Nacional de Formação Política do Partido, aponta que
o objetivo este ano é ampliar a presença nos estados e conquistar a maioria
constitucional no Congresso Nacional.
"[Antes de 2018] nosso movimento não tinha a Presidência da
República e não governava em nenhum dos estados. Agora temos a presidência,
governamos 22 dos 32 estados e não há nenhum risco de perdermos a disputa onde
governamos."
"Pelo contrário, é muito possível que ganhemos
Yucatán, que tem sido governado pela Ação Nacional por muitos ano, que ganhemos
Guanajuto e que ganhemos Jalisco, que é um dos estados economicamente mais
fortes do país, que está mal governado, por essas lógicas do crime organizado.
Então poderíamos ganhar esses três estados e nosso grande objetivo é conquistar
a maioria constitucional no Congresso", disse ele ao Brasil de Fato.
Fonte: Brasil 247 com informações do Brasil de Fato
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