'Eu sou contra, mas o aborto é uma realidade e a gente precisa tratar o aborto como uma questão de saúde pública', afirmou o presidente
O presidente Lula (PT) concedeu neste sábado (15) uma entrevista
coletiva no encerramento do G7, na Itália, e falou a jornalistas sobre o
chamado "PL do estupro", que teve urgência aprovada na Câmara dos
Deputados. O projeto visa equiparar o aborto realizado após a 22ª semana de
gestação ao crime de homicídio. Com isso, a pena prevista para a mulher que
realizasse o aborto após o prazo estipulado seria maior que a pena de um
estuprador.
Lula classificou o projeto como uma "insanidade"
e voltou a defender que o tema do aborto seja tratado como "questão de
saúde pública". Ele também prometeu se inteirar so assunto sobre o
"PL do estupro" ao retornar ao Brasil. "A primeira coisa que eu
preciso dizer em alto e bom som, e não é a primeira vez, é que eu, Luiz Inácio
Lula da Silva, fui casado, tive cinco filhos, oito netos e uma bisneta. Eu sou
contra o aborto. Entretando, como o aborto é a realidade, a gente precisa
tratar o aborto como uma questão de saúde pública. E eu acho que é uma
insanidade alguém querer punir uma mulher em uma pena maior que a do criminoso
que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso. Eu, sinceramente, à
distância, não acompanhei o debate muito intenso no Brasil, quando eu voltar eu
vou tomar ciência disso, eu tenho certeza que o que tem na lei já garante que a
gente aja de forma civilizada para tratar com respeito a vítima com rigor o
estuprador. É isso que precisa ser feito. Quando alguém apresenta uma proposta de
que a vítima tem que ser punida com mais rigor do que o estuprador, não é
sério. Sinceramente não é sério".
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