Possibilidade de racha no Copom aumenta depois das declarações de Lula contra boicote de Roberto Campos Neto ao país
A pressão do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela queda dos juros na véspera da
decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou a expectativa do
mercado financeiro sobre o placar dos votos do colegiado do Banco Central.
A principal aposta dos neoliberais continua sendo a de que
o colegiado decidirá nesta quarta-feira (19) de forma unânime pela manutenção
da taxa básica de juros (Selic) no atual patamar de 10,5% ao ano. Mas a
possibilidade de novo racha no grupo ganhou força depois das declarações de
Lula contra Roberto Campos Neto, presidente do BC, informa o Painel da
Folha de S.Paulo.
As atenções dos economistas estarão voltadas para o
posicionamento dos quatro indicados pelo governo Lula –em especial para o voto
de Gabriel Galípolo. Ex-número 2 do ministro Fernando Haddad (Fazenda), o
diretor de Política Monetária do BC é o favorito a assumir o comando da
autoridade monetária ao término do mandato de Campos Neto, em 31 de dezembro.
Saiba mais:
247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou
a atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista à
Rádio CBN na manhã desta terça-feira (18). Além se manifestar contrário à
manutenção da taxa de juros em patamares altos, Lula ironizou o encontro de
Campos Neto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos),
em que o economista teria sinalizado vontade de assumir o Ministério da Fazenda
em um eventual governo do bolsonarista e comparou Campos Neto ao ex-juiz
suspeito e senador, Sergio Moro, ao ressaltar que o presidente do BC tem o
mesmo papel, "com rabo preso a compromissos políticos".
“Não é que ele encontrou com o Tarcísio
em uma festa. A festa foi para ele, foi uma homenagem que o governo de São
Paulo fez para ele, certamente porque o governador de São Paulo está achando
maravilhoso a taxa de juros de 10,50%. Deve estar achando maravilhoso. Então,
quando ele se auto lança para um cargo, eu fico imaginando, a gente vai repetir
um Moro? O presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez?
Um paladino da Justiça, com rabo preso a compromissos políticos? Então o presidente
do BC precisa ser uma figura séria, responsável e ele tem que ser imune aos
nervosismos momentâneos do mercado, disse Lula em referência ao fato de Moro
ter aceitado o convite para assumir o Ministério da Justiça do governo
Bolsonaro após comandar a operação Lava-Jato".
Fonte: Brasil 247 com informações da
Coluna Painel da Folha de S. Paulo
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