Projeto foi demandado pelo presidente Lula e vai reforçar o comércio do Brasil na América do Sul e reduzir o tempo e o custo do transporte até mercados externos
O Brasil anunciou a expansão do seu Plano de Integração
Sul-Americana, também conhecido como 'PAC da Integração', com um enfoque
significativo na região amazônica. O plano revisado, que conta com o apoio de
Peru, Equador e Colômbia, visa transformar as rotas comerciais e fortalecer as
relações comerciais com os países vizinhos e com o mercado asiático, informa a Folha de S. Paulo.
A Rota 2, agora renomeada como Rota Amazônica, passará a
conectar Manaus a quatro importantes portos no Oceano Pacífico: Tumaco
(Colômbia), Manta (Equador), e Paita e Chancay (Peru). O traçado original
previa apenas a ligação entre Manaus e Manta, mas a ampliação é vista como uma
estratégia chave do governo do presidente Lula (PT) para aumentar a integração
com a Ásia.
Com a expansão, o governo brasileiro pretende não só melhorar a
infraestrutura logística, mas também reduzir significativamente o tempo e os
custos de transporte de mercadorias. Estima-se que a nova rota encurtará em 7
mil quilômetros a distância percorrida pelos produtos brasileiros até os
mercados asiáticos, resultando em uma economia de até 20 dias no tempo de
transporte. Isso representa uma vantagem competitiva crucial, especialmente
para o agronegócio brasileiro, que poderá escoar sua produção de maneira mais
eficiente.
A criação do megaporto de Chancay, no Peru, com um
investimento de US$ 3,6 bilhões (R$ 18,4 bilhões) e inauguração prevista para
novembro deste ano, é um dos marcos deste projeto. O porto deverá movimentar 1
milhão de contêineres e 6 milhões de toneladas de carga por ano inicialmente. A
expectativa é que Chancay se torne um ponto estratégico para o agronegócio
brasileiro, desviando parte do tráfego marítimo que hoje depende do Porto de
Santos, voltado para o Atlântico.
O sucesso do PAC da Integração depende da cooperação estreita
entre os países sul-americanos. O presidente Lula está empenhado em aumentar o
comércio bilateral na região e tem promovido um diálogo mais intenso com os
vizinhos para acelerar a implementação das rotas. Nos próximos dias, Lula
editará um decreto criando uma comissão interministerial com a participação de
12 ministérios para coordenar e agilizar os projetos.
Das cinco rotas previstas pelo PAC da Integração, três –
Amazônica, Capricórnio e Porto Alegre-Coquimbo – estão previstas para serem
concluídas até o final do mandato de Lula. O projeto, desenvolvido pelo
Ministério do Planejamento e Orçamento após consulta aos 11 estados brasileiros
que fazem fronteira com países sul-americanos, pretende incentivar e reforçar o
comércio intra-regional e com a Ásia, além de otimizar o transporte de
mercadorias.
Historicamente, o comércio exterior do Brasil focava-se
principalmente em Europa e Estados Unidos, privilegiando as rotas pelo
Atlântico. Nas últimas décadas, contudo, a produção nacional se expandiu para o
Centro-Oeste e Norte do país, acompanhada de um crescimento significativo no
comércio com países asiáticos. O PAC da Integração surge como uma resposta a
essa nova dinâmica, buscando não apenas modernizar a infraestrutura logística,
mas também promover uma integração mais profunda e eficiente com os mercados
asiáticos e sul-americanos.
O PAC da Integração, portanto, representa uma das mais
ambiciosas iniciativas do governo Lula, sinalizando uma mudança estratégica na
política comercial do Brasil e prometendo impulsionar a economia regional e
nacional por meio de uma infraestrutura robusta e moderna.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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