Pesquisa do BC mostrou agravamento da expectativa do mercado para os principais indicadores da economia
Os cerca de 150 analistas do mercado financeiro consultados semanalmente em pesquisa realizada pelo Banco Central (BC) voltaram a piorar as projeções para os principais indicadores econômicos do país. Isso incluiu a inflação, o dólar (cuja estimativa aumentou de 2024 a 2027) e a taxa básica de juros do Brasil, a Selic. Eles também reduziram a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. É isso o que mostra a última edição do Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (17/6) pelo BC.
Inflação
Agora, o mercado acredita que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 3,96%, ante 3,90% na semana passada. Esse foi o sexto aumento seguido da previsão do IPCA para 2024.
Além disso, a previsão da inflação em 2025 foi elevada pela sétima vez consecutiva. Nesta semana, ela ficou em 3,80%, contra 3,78% na semana passada. Há cinco semanas, estava em 3,66%. No caso de 2026, a projeção manteve-se em 3,60%. Para 2027, permaneceu em 3,50%.
Selic tem nova alta
Para a Selic, a projeção para 2024 ficou em 10,25% ao ano na semana passada. Desta vez, ela saltou para 10,50%. Isso quer dizer que, para os analistas do mercado, a taxa básica de juros do país não será mais reduzida neste ano pelo Banco Central. Mesmo porque ela já se encontra no patamar de 10,50%. Para 2025, a Selic foi elevada de 9,25% para 9,50%. As taxas previstas para 2026 e 2027 não foram alteradas e continuam em 9%.
Incertezas
A estimativa para os juros básicos sofreu forte reversão há pouco mais de um mês. A partir de 22 de dezembro e durante as 16 semanas seguintes, o mercado manteve a previsão de 9% ao ano para 2024. Há cerca de dois meses, no entanto, os especialistas aumentaram o número para 9,13% e, a seguir, para 9,50%. Depois, ele passou para 9,63% e 9,75%.
A ascensão da estimativa dos juros básicos é resultado do avanço das incertezas na economia tanto no campo internacional como no doméstico. No exterior, por exemplo, está cada vez mais distante a perspectiva de redução de juros nos Estados Unidos no curto prazo.
Fiscal e RS
No cenário interno, as dúvidas reverberaram de forma mais intensa desde a mudança da meta fiscal para os anos de 2025 e 2026, anunciada pelo governo Lula no mês passado. A tragédia no Rio Grande do Sul só fez piorar esse quadro.
Por conta dessas dúvidas, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, reduziu o ritmo de cortes dos juros no Brasil, em sua última reunião, nos dias 7 e 8 de maio. Na ocasião, a taxa foi cortada em apenas 0,25% ponto percentual.
Dólar aumenta
Os analistas consultados pelo BC também não elevaram a projeção do dólar. Isso ocorreu para este ano e para os próximos três anos. Ou seja, as estimativas para a moeda estadunidense pioraram para 2024, 2025, 2026 e 2027 – todas as datas pesquisadas pelo BC. Para 2024, a cotação foi de R$ 5,05 para R$ 5,13. Para 2025, de R$ 5,09 para R$ 5,10. Em 2026, subiu de R$ 5,10 R$ 5,12 e, para 2027, de R$ 5,11 para R$ 5,15.
PIB tem queda
No último Relatório Focus, os analistas também reduziram a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. Ela passou de 2,09% para 2,08%. A perspectiva do PIB deu uma arrancada por cerca de dez semanas seguidas. Há pouco mais de um mês, ela estava em 1,85%. Até fevereiro, permaneceu estável em 1,60%.
Relatório Focus
O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. Ele é divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central e traz a evolução semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. As projeções são do mercado.
Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles.
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