Ele também descreveu a capacidade militar reduzida do Hamas após sete meses de ataques israelenses
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, endossou nesta sexta-feira (31) um novo e abrangente acordo de cessar-fogo em Gaza apresentado por Israel. O plano inclui a retirada das forças israelenses das áreas povoadas do território palestino por seis semanas e a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas.
Em discurso na Casa Branca, Biden apelou para que todos os que desejam a paz exortem os líderes a aceitar o acordo, destacando que é hora de acabar com a guerra e iniciar um novo capítulo. Segundo ele, Israel ofereceu uma proposta nova e abrangente, delineando diretrizes para um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns.
— Todos os que desejam a paz agora devem levantar suas vozes e informar aos líderes que eles devem aceitar este acordo (…) não podemos deixar passar este momento — disse Biden na Casa Branca, quando exortou o grupo armado palestino Hamas a aceitar o acordo. — Está na hora de essa guerra acabar e de começar um novo capítulo. Israel ofereceu uma proposta nova e abrangente.
Biden também descreveu a capacidade reduzida do Hamas após sete meses de ataques israelenses, afirmando que o grupo não é mais capaz de realizar um ataque como o de 7 de outubro do ano passado, que deu início à guerra.
O plano israelense, de acordo com Biden, é uma “nova proposta abrangente” que estabelece um roteiro para um “cessar-fogo duradouro”. A primeira fase de seis semanas incluiria um “cessar-fogo total e completo, a retirada das forças israelenses das regiões povoadas de Gaza, a libertação de reféns em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos”. Durante esse período, Israel e os palestinos negociariam um cessar-fogo duradouro, e a trégua continuaria enquanto as conversas prosseguissem.
Biden enfatizou que, se o Hamas cumprir seus compromissos, um cessar-fogo temporário se tornará uma cessação permanente das hostilidades.
No entanto, ele destacou que ainda há detalhes a serem negociados para avançar para a próxima fase. Após a declaração de Biden, o Gabinete do primeiro-ministro israelense afirmou que a nova proposta está alinhada com a insistência de Netanyahu de que Israel não encerrará a guerra antes que seus objetivos sejam alcançados, incluindo a destruição das capacidades militares e de governo do Hamas em Gaza. O esboço apresentado permite manter esse princípio.
O Gabinete do primeiro-ministro destacou que a guerra não terminará até que todos os seus objetivos sejam alcançados, incluindo o retorno dos reféns e a neutralização das capacidades militares e de governança do Hamas.
O anúncio de uma nova proposta de cessar-fogo ocorre após várias tentativas infrutíferas de interromper o conflito. O Hamas insiste que qualquer cessar-fogo deve ser permanente.
Nesta sexta, o grupo palestino informou aos mediadores que só aceitará uma trégua abrangente que inclua uma troca de reféns e prisioneiros, além da interrupção da “agressão” israelense.
Ismail Haniyeh, responsável pelo escritório político do Hamas, reiterou que as principais demandas do grupo são inegociáveis.
No entanto, Israel afirma que aceitará apenas uma trégua temporária de aproximadamente seis semanas, mantendo seu objetivo de destruir o Hamas.
Biden não abordou o ataque de Israel a Rafah, no sul de Gaza. Nesta sexta, o Exército israelense confirmou que suas tropas chegaram ao centro da cidade, apesar das objeções internacionais devido à preocupação com os civis. Biden tem enfrentado crescente pressão sobre o tempo de apoio à campanha militar de Israel em Gaza e os ataques mais recentes em Rafah.
A situação em Gaza, com mais de 36 mil mortos, provocou revoltas nos campi universitários e nas ruas das cidades americanas, alienando muitos apoiadores de Biden. Apesar disso, líderes democratas e republicanos no Congresso dos EUA convidaram o premier israelense para discursar no Capitólio.
– Apoiamos o Estado de Israel em sua luta contra o terror, especialmente porque o Hamas continua a manter cidadãos americanos e israelenses em cativeiro e seus líderes colocam em risco a estabilidade regional – disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, em um convite assinado pelos líderes partidários da Câmara e do Senado.
Nesta sexta, a Assembleia Mundial da Saúde votou para conceder mais direitos aos palestinos, ecoando uma decisão semelhante da Assembleia Geral da ONU. Um total de 101 dos 177 países com direito a voto apoiou o texto, com cinco votos contrários. A resolução, apresentada por países árabes e muçulmanos, junto com China, Nicarágua e Venezuela, concede aos palestinos praticamente os mesmos direitos dos membros plenos da OMS, embora ainda sem direito de voto na Assembleia da Saúde ou de candidatura aos órgãos da OMS.
Fonte; Agenda do Poder com informações de O Globo.
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