Grupo tinha reunião com ministros, mas foi impedido de entrar em restaurante da Corte
Um grupo de 13 indígenas relatou ter sido vítima de racismo em 19 de junho, quando foi impedido de entrar nas dependências do Supremo Tribunal Federal (STF). O incidente foi registrado na Ouvidoria do tribunal. Em resposta, o STF reconheceu o ocorrido, classificando-o como um “erro de procedimento pontual”.
Os indígenas estavam acompanhados pelo advogado Maurício Terena, coordenador jurídico da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), e tinham encontros agendados com ministros da Corte para discutir o marco temporal. Durante um intervalo, por volta das 14h, eles se dirigiram a um dos anexos do tribunal para aguardar o próximo compromisso no restaurante do local. No entanto, ao chegarem à entrada do anexo, foram barrados por seguranças, segundo Terena.
Os funcionários do STF informaram ao grupo que a entrada no restaurante não seria possível, alegando que as refeições não estavam mais sendo servidas e que o local já estava em processo de limpeza. Apesar da insistência dos indígenas, os seguranças disseram que precisavam “pedir autorização”, o que demorou, com várias ligações e idas dos funcionários ao restaurante, conforme relatado pelo advogado.
“Acabei ligando para a ouvidora do tribunal, que eu conheço, e o chefe da segurança foi nos encontrar em seguida. Ele nos disse que aconteceu um erro de procedimento e autorizou a nossa entrada”, conta Terena.
Terena afirmou que o restaurante estava funcionando normalmente, com “pessoas brancas” almoçando. “Ter de pedir autorização pega numa espinha dorsal muito forte nossa, de quando tínhamos que ser autorizados a deixar nossas aldeias”, disse a liderança. “Em 2024, falar que precisamos disso para entrar na Suprema Corte brasileira evidencia como o racismo estrutural ainda está presente.”
Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S.Paulo
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