Projeto que pune mulheres vítimas de estupro enfrenta forte reação da sociedade
Em resposta a uma série de protestos e reações negativas nas
redes sociais, a votação do projeto de lei que equipara o aborto após a 22ª
semana ao crime de homicídio, também conhecido como PL do Estupro, pode ser
adiada na Câmara dos Deputados. A decisão sobre postergar a análise do texto
até o final do ano, após as eleições municipais, foi admitida pelo autor da
proposta, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), membro da bancada evangélica e
autor do projeto, de acordo com reportagem do Globo. Segundo declarações recentes, o presidente da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também indicou que não há previsão imediata para a
definição de um relator ou a discussão do mérito da proposta.
O projeto recebeu aprovação para urgência na tramitação na
semana passada, o que normalmente aceleraria o processo. No entanto, o governo,
inicialmente neutro, agora se posiciona contra a iniciativa, com membros do
executivo e ministros se manifestando publicamente. O líder do governo na
Câmara, José Guimarães (PT-CE), expressou uma mudança no tom do governo,
buscando convencer a bancada evangélica a reconsiderar a proposta devido à
intensa mobilização popular contrária.
O contexto dos protestos reflete uma
mobilização em várias capitais do país, com atos ocorrido em cidades como
Vitória, Palmas, São Paulo e Belo Horizonte. Essa resistência social se reflete
na postura de figuras políticas que buscam evitar crises maiores em temas
sensíveis como saúde pública e direitos das mulheres.
Fonte: Brasil 247
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