'Acharam que estava tudo dominado, que ia ser uma semana de impor vexame ao governo, erraram na dose, perderam a mão e conseguira acordar as ruas', disse um líder governista
Um dos líderes do governo Lula (PT) avalia que o recuo da
bancada evangélica e do presiente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em torno do
Projeto de Lei (PL) que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime
de homicídio marca uma derrota da extrema direita. "Eles acharam que
estava tudo dominado, que ia ser uma semana de impor vexame ao governo, erraram
na dose, perderam a mão e conseguiram, sozinhos, acordar as ruas", disse
um dos líderes à coluna da jornalista Daniela Lima, do G1.
Ainda conforme a reportagem, a oposição tenta agora se
desvincular do projeto. O senador Ciro Nogueira (PI), um dos principais nomes
do PP, destacou que nem ele, nem Lira, possuem compromisso em levar o mérito da
proposta adiante. "O acordo, o gesto para a bancada evangélica, era apenas
o de votar a urgência. Apenas isso. Não há qualquer acordo sobre o mérito
(conteúdo) da proposta”, disse Nogueira.
A proposta de lei não apenas mobilizou a população, mas também
revelou fissuras dentro da própria bancada evangélica e entre líderes
religiosos em todo o país. Nas redes sociais, diversas figuras religiosas,
incluindo pastores, manifestaram-se contra o projeto, o que contribuiu para a
exposição das divisões internas.
Para o grupo próximo a Lira, o desgaste causado pela
proposta é inédito desde os eventos de 8 de janeiro de 2023. A análise é de que
o deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), um dos autores da proposta, pode ter
garantido seu eleitorado evangélico para "umas três eleições", mas ao
custo de expor a oposição a uma crise política significativa.
Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Daniela Lima, do G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário