Isaac Sidney afirma que ajuste fiscal pelo lado
das receitas ‘colapsou’;
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney,
avalia que o ajuste fiscal pelo lado das receitas “colapsou” e que o ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, precisa de apoio dentro do próprio
governo, além do Congresso e do empresariado, para enfrentar uma agenda de
corte e desindexação de gastos públicos.
É nítido que a agenda de ajuste fiscal, pelo lado das
receitas e do aumento da carga tributária, colapsou”, afirma Sidney ao Estadão.
“O pessimismo e os ruídos têm crescido rapidamente, como podemos ver nos preços
dos ativos, com a forte alta do dólar, a queda da
Bolsa e o aumento dos juros futuros.”
Para ele, a alta da moeda americana – que fechou em
queda nesta quinta-feira, mas ainda acumula valorização de 10,6% em 2024 –
deveria servir como “sinal amarelo” não apenas ao mundo econômico, mas também
ao político. “A alta do dólar é fonte de pressão inflacionária, exatamente por
desajustar os preços”, diz.
Sidney e presidentes de instituições financeiras privadas se
reunirão com Haddad e o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, nesta
sexta-feira, 14, em São Paulo. O encontro, segundo ele, já estava marcado há
mais de dez dias e terá o objetivo de debater a conjuntura econômica do País.
A fala do porta-voz dos bancos ocorre em meio à escalada nas
incertezas fiscais e ao desgaste de Haddad com parte do setor produtivo e com
bancadas importantes do Congresso. Nesta semana, o presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu ao governo a maior parte da medida
provisória que limitava a compensação de créditos dos tributos federais
PIS/Cofins e onerava, sobretudo, o agronegócio e os
exportadores.
O texto, que tinha o objetivo de compensar a desoneração da
folha dos 17 setores que mais empregam e dos municípios, irritou lideranças
empresariais, que alegam estar arcando com a maior parte do ajuste fiscal do
governo sem que o Executivo faça a lição de casa e revise suas despesas.
Fonte: Agenda do Poder com informações do jornal Estado de
São Paulo, “Estadão”
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