Pesquisa da FAEP, realizada em março com 514 produtores de diversas regiões e portes do estado, revela que a maioria (60,5%) está insatisfeita com a Copel
O setor agropecuário do Paraná, pilar da economia estadual,
demonstra crescente insatisfação com a gestão da Copel, segundo pesquisa
recente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). A privatização
da companhia, antes motivo de orgulho para os paranaenses, tem sido alvo de
críticas e desaprovação, especialmente entre os produtores rurais.
A pesquisa, realizada em março de 2024 com 514 produtores
de diversas regiões e portes do estado, revela que a maioria (60,5%) está
insatisfeita com o serviço prestado pela Copel. A principal queixa é a falta
constante de energia elétrica, seguida pela demora na resolução de problemas e
oscilações na rede. Quase 40% dos entrevistados relataram mais de 20
interrupções no fornecimento de energia no último ano, com 50,6% deles
afirmando que o tempo de reestabelecimento do serviço ultrapassou 5 horas,
agravando os prejuízos. Essas interrupções resultaram em perdas financeiras
significativas, com 41% dos produtores relatando queima de equipamentos e 27,2%
perda de produção.
Pequenos Produtores e a Energia Trifásica: Promessas não
Cumpridas - A situação é particularmente
grave para os pequenos e médios produtores, que representam a maior parte
(59,1%) do setor e dependem da energia elétrica para suas atividades. A falta
de energia causa perdas financeiras significativas, comprometendo a produção e
a qualidade dos produtos, além de impactar a segurança alimentar da população.
Metade dos produtores que relataram problemas não foram indenizados pela Copel,
e entre os que receberam indenização, 58,8% consideraram o processo lento ou
muito lento.
A promessa de modernização e do "Paraná
Trifásico", alardeada pelo governo, não se concretizou para muitos
produtores rurais. A pesquisa mostra que 43% ainda não possuem sistema
trifásico, especialmente nas regiões sudoeste, oeste e leste do estado.
Lucro Acima de Tudo: A Real Prioridade da Copel Privatizada
- Enquanto isso, a Copel, agora sob
controle privado, prioriza o lucro dos acionistas em detrimento da qualidade do
serviço e do atendimento às necessidades dos consumidores, como evidenciado
pelos 75,5% dos entrevistados que consideram as tarifas da Copel caras.
A privatização da Copel, defendida pelo governador Ratinho
Júnior como uma solução para modernizar a empresa, tem se mostrado um
retrocesso para o setor agropecuário e para a população paranaense. A busca
desenfreada por lucros tem levado a tarifas mais caras, dividendos exorbitantes
para os acionistas e a compra de energia de pequenas e médias geradoras a
preços acima da média do mercado.
Enquanto o governo celebra acordos
suspeitos com empresas fornecedoras de uniformes escolares e ignora as demandas
do setor agropecuário, os produtores rurais sofrem com os prejuízos causados
pela falta de energia e pela má gestão da Copel. A insatisfação é crescente e a
busca por alternativas de fornecimento de energia se torna cada vez mais
urgente. Afinal, o agro do Paraná, com seus produtores majoritariamente
minifundiários e acima de 60 anos, não pode ficar refém dos interesses de
poucos em detrimento do desenvolvimento do estado e do bem-estar da população.
Fonte: Brasil 247
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