sábado, 1 de junho de 2024

Agricultura regenerativa ganha força no Brasil: inovações e sustentabilidade em foco

 A agricultura regenerativa aumenta a eficiência da produção, restaura os ecossistemas e cria um ciclo virtuoso que beneficia o meio ambiente e a rentabilidade dos agricultores

(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

A crescente demanda por práticas agrícolas sustentáveis no Brasil está impulsionando o uso de insumos biológicos e técnicas inovadoras no campo. Esses métodos fazem parte da agricultura regenerativa, um sistema que não só aumenta a eficiência da produção, mas também restaura os ecossistemas, criando um ciclo virtuoso que beneficia o meio ambiente e a rentabilidade dos agricultores.

O Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), uma organização composta por produtores rurais de diversos estados, tem liderado a adoção de práticas regenerativas, segundo conta o Metrópoles. O grupo ajuda agricultores a se tornarem independentes dos métodos convencionais, muitas vezes inadequados às condições tropicais do país.

"Abordamos três pilares principais da agricultura regenerativa: utilização de bioinsumos produzidos na fazenda, remineralizadores de solo e plantas de cobertura", explica Antônio Bizão, representante do GAAS. Segundo Bizão, os produtores que aderem ao GAAS conseguem reduzir em até 80% o uso de agroquímicos, fungicidas, herbicidas e inseticidas, além de diminuir em até 30% os gastos com insumos. "Incentivamos o conhecimento prático do campo integrado à pesquisa e buscamos soluções em todos os modelos de agricultura, sem preconceitos ou sectarismo", acrescenta.

Recentemente, representantes do GAAS participaram da AgroBrasília 2024, a maior feira do agronegócio do Planalto Central, organizada pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF). No evento, o grupo apresentou um circuito prático onde os produtores rurais puderam vivenciar cada etapa do manejo de cultura sob a ótica da agricultura regenerativa. Desde a descompactação do solo até o manejo integrado da fertilidade, passando pelo plantio direto sobre palhada e a redução do uso de herbicidas, os agricultores viram de perto soluções práticas e inovadoras para aumentar a lucratividade e reduzir os riscos na produção de alimentos.

“A ideia é inspirar mais produtores a adotarem métodos regenerativos em suas próprias lavouras. Trabalhamos para agregar valor aos produtos e serviços prestados pelo agricultor”, afirma Bizão.

José Guilherme Brenner, presidente da AgroBrasília, reconheceu a importância do tema para o futuro do agronegócio. “É uma agricultura que tem como princípio recuperar a fertilidade, uma condição natural do solo que faz uso de produtos biológicos, plantas de cobertura, plantio direto e rotação de culturas. Uma série de tecnologias que podemos conhecer”, destacou Brenner.

O evento também contou com a presença do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Distrito Federal (Sebrae-DF), que promoveu negócios sustentáveis. Leonardo Zimmer Nascimento, analista de gerenciamento de projetos do Sebrae-DF, explicou que a entidade apoia produtores interessados em certificar seus produtos como orgânicos, fornecendo suporte na adequação à legislação nacional e no acesso à certificação.

Luciana Dinato Rosa de Oliveira, agrônoma, produtora rural e pecuarista, compartilhou sua experiência com a agricultura regenerativa. "Trabalhei 12 anos com certificação de produtos orgânicos, mas nunca tinha colocado a mão na massa. Durante a pandemia, comecei a colocar em prática a agricultura regenerativa na minha fazenda com a produção de biológicos", relatou Luciana. Desde 2022, ela integra o GAAS e destaca os benefícios da troca de informações e validação de novas técnicas entre os membros do grupo. “Quando perdi o receio de testar o novo e vi que realmente dava certo, resolvi implantar as técnicas na minha produção”, conclui.

A história de Luciana reflete um movimento crescente no Brasil, onde a agricultura regenerativa se apresenta como uma solução sustentável e eficiente, capaz de transformar o futuro do agronegócio e do meio ambiente.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Nenhum comentário:

Postar um comentário