A agricultura regenerativa aumenta a eficiência da produção, restaura os ecossistemas e cria um ciclo virtuoso que beneficia o meio ambiente e a rentabilidade dos agricultores
A crescente demanda por práticas agrícolas sustentáveis no
Brasil está impulsionando o uso de insumos biológicos e técnicas inovadoras no
campo. Esses métodos fazem parte da agricultura regenerativa, um sistema que
não só aumenta a eficiência da produção, mas também restaura os ecossistemas,
criando um ciclo virtuoso que beneficia o meio ambiente e a rentabilidade dos
agricultores.
O Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), uma
organização composta por produtores rurais de diversos estados, tem liderado a
adoção de práticas regenerativas, segundo conta o Metrópoles. O grupo ajuda agricultores a
se tornarem independentes dos métodos convencionais, muitas vezes inadequados
às condições tropicais do país.
"Abordamos três pilares principais da agricultura
regenerativa: utilização de bioinsumos produzidos na fazenda, remineralizadores
de solo e plantas de cobertura", explica Antônio Bizão, representante do
GAAS. Segundo Bizão, os produtores que aderem ao GAAS conseguem reduzir em até
80% o uso de agroquímicos, fungicidas, herbicidas e inseticidas, além de
diminuir em até 30% os gastos com insumos. "Incentivamos o conhecimento
prático do campo integrado à pesquisa e buscamos soluções em todos os modelos
de agricultura, sem preconceitos ou sectarismo", acrescenta.
Recentemente, representantes do GAAS participaram da
AgroBrasília 2024, a maior feira do agronegócio do Planalto Central, organizada
pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF). No
evento, o grupo apresentou um circuito prático onde os produtores rurais
puderam vivenciar cada etapa do manejo de cultura sob a ótica da agricultura
regenerativa. Desde a descompactação do solo até o manejo integrado da
fertilidade, passando pelo plantio direto sobre palhada e a redução do uso de herbicidas,
os agricultores viram de perto soluções práticas e inovadoras para aumentar a
lucratividade e reduzir os riscos na produção de alimentos.
“A ideia é inspirar mais produtores a adotarem métodos
regenerativos em suas próprias lavouras. Trabalhamos para agregar valor aos
produtos e serviços prestados pelo agricultor”, afirma Bizão.
José Guilherme Brenner, presidente da AgroBrasília,
reconheceu a importância do tema para o futuro do agronegócio. “É uma
agricultura que tem como princípio recuperar a fertilidade, uma condição
natural do solo que faz uso de produtos biológicos, plantas de cobertura,
plantio direto e rotação de culturas. Uma série de tecnologias que podemos
conhecer”, destacou Brenner.
O evento também contou com a presença do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Distrito Federal (Sebrae-DF), que
promoveu negócios sustentáveis. Leonardo Zimmer Nascimento, analista de
gerenciamento de projetos do Sebrae-DF, explicou que a entidade apoia
produtores interessados em certificar seus produtos como orgânicos, fornecendo
suporte na adequação à legislação nacional e no acesso à certificação.
Luciana Dinato Rosa de Oliveira, agrônoma, produtora rural
e pecuarista, compartilhou sua experiência com a agricultura regenerativa.
"Trabalhei 12 anos com certificação de produtos orgânicos, mas nunca tinha
colocado a mão na massa. Durante a pandemia, comecei a colocar em prática a
agricultura regenerativa na minha fazenda com a produção de biológicos",
relatou Luciana. Desde 2022, ela integra o GAAS e destaca os benefícios da
troca de informações e validação de novas técnicas entre os membros do grupo. “Quando
perdi o receio de testar o novo e vi que realmente dava certo, resolvi
implantar as técnicas na minha produção”, conclui.
A história de Luciana reflete um
movimento crescente no Brasil, onde a agricultura regenerativa se apresenta
como uma solução sustentável e eficiente, capaz de transformar o futuro do
agronegócio e do meio ambiente.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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