Autoridades diplomáticas e do Executivo
estão preocupadas com a possibilidade de uma crise diplomática sem precedentes
entre Brasil e Argentina, caso o governo de Javier Milei negue a extradição de
condenados pelos atos terroristas em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023,
conforme informações do colunista Lauro Jardim, do Globo.
De acordo com um diplomata experiente, os brasileiros que procuram
refúgio na Argentina enfrentarão dificuldades para comprovar que são
perseguidos politicamente. Se o governo Milei conceder asilo com argumentos
inconsistentes, a relação bilateral poderá ser seriamente prejudicada.
A Polícia Federal (PF) tem informações de que alguns dos foragidos
solicitaram refúgio ao governo de Javier Milei e que alguns não passaram pelas
barreiras migratórias.
Os alvos que não foram localizados terão seus nomes incluídos no Banco
Nacional de Mandados de Prisão. Assim, seus nomes serão públicos, e qualquer
pessoa que encontrar os foragidos poderá acionar a polícia para realizar a
prisão.
Manifestante terroristas em Brasília. Foto: reprodução
No Ministério da Justiça, responsável por encaminhar formalmente os
pedidos de extradição ao Ministério das Relações Exteriores após análise
detalhada dos casos, também há preocupações em relação à diplomacia entre os
dois países.
Vale destacar que, apesar das declarações feitas por
Milei, tanto antes quanto depois de sua eleição, sobre o Brasil, as relações
diplomáticas entre os países continuam normalizadas.
Fontes familiarizadas com o caso indicam que os pedidos de refúgio
podem ter ultrapassado 100 brasileiros, embora nem todos tenham sido condenados
pelos atos terroristas na capital federal. Devido ao sigilo do processo, não
está claro quantas solicitações foram feitas até o momento.
Esses pedidos também podem atrasar o processo de
extradição, pois precisam ser analisados pela Justiça argentina, o que pode
levar meses ou até mais de um ano. Um fator que poderia acelerar o trâmite é a
existência de uma ordem de prisão preventiva em aberto.
Fonte: DCM
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