sexta-feira, 21 de junho de 2024

8 de janeiro: Moraes vota para condenar a 17 anos de prisão homem que destruiu relógio de Dom João VI

 

Momento em que Antônio Cláudio destrói o relógio histórico – Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (21), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, votou para condenar Antônio Cláudio Alves Ferreira a 17 anos de prisão. O homem foi um dos invasores do Palácio do Planalto durante os ataques de 8 de janeiro de 2023 e responsável por quebrar o relógio histórico de Balthazar Martinot.

O relógio, trazido ao Brasil por Dom João VI em 1808, tornou-se um símbolo dos ataques à sede da Presidência. Feito de casco de tartaruga e um tipo de bronze raro, a obra foi enviada para restauração na Suíça no início de 2024.

Crimes do investigado

Antônio Cláudio responde no Supremo por crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado com uso de substância inflamável contra o patrimônio da União.

No voto, Moraes destacou um “robusto conjunto probatório” contra Ferreira. O réu foi preso após ser flagrado em registros feitos dentro do Palácio do Planalto e no acampamento em frente ao QG do Exército, local onde se defendia intervenção militar, considerada inconstitucional.

“Está comprovado, tanto pelos depoimentos de testemunhas arroladas pelo Ministério Público quanto pelas conclusões do Interventor Federal, vídeos e fotos realizados pelo próprio réu e outros elementos informativos, que Antônio Cláudio Alves Ferreira tentou abolir o Estado Democrático de Direito, visando impedir ou restringir o exercício dos poderes constitucionais por meio da depredação e ocupação dos edifícios-sede dos Três Poderes da República”, escreveu o ministro.


Durante o interrogatório, Ferreira admitiu ter danificado um vidro para entrar no Planalto. Ele afirmou que, “em razão da reação dos órgãos de segurança, resolveu danificar o relógio histórico e rasgar uma poltrona, os quais estavam na parte interna do prédio, e, após, jogou um extintor nas câmeras”.

Vale ressaltar que o julgamento de Ferreira ocorre no plenário virtual do STF, onde os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico da Corte.

A obra

O relógio de pêndulo do século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Balthazar Martinot era o relojoeiro do rei francês Luís XIV. Existem apenas dois relógios desse autor; o outro está exposto no Palácio de Versailles, na França, mas possui metade do tamanho da peça que foi destruída no Planalto.

Fonte: DCM

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