sexta-feira, 3 de maio de 2024

Sobe para 37 total de mortes por chuvas no RS; autoridades esperam número ainda maior

 

Segundo comunicado da Defesa Civil do estado, divulgado no início da tarde desta sexta-feira, o desastre climático no Estado também deixou mais de 23.000 pessoas desalojadas

Pessoas tentam passar por área alagada em Encantado, no Rio Grande do Sul
Pessoas tentam passar por área alagada em Encantado, no Rio Grande do Sul (Foto: REUTERS/Diego Vara)


Reuters -As chuvas intensas que têm atingido o Rio Grande do Sul desde o início desta semana já deixaram ao menos 37 mortos e mais de 70 desaparecidos, afetando quase metade dos municípios do Estado, de acordo com o balanço mais recente da Defesa Civil gaúcha, e as autoridades ainda aguardam a confirmação de mais mortes.

Segundo comunicado da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, divulgado no início da tarde desta sexta-feira, o desastre climático no Estado também deixou mais de 23.000 pessoas desalojadas.

O órgão ainda relatou que as chuvas afetaram quase metade dos 497 municípios gaúchos -- 235 --, alguns com ruas transformadas em verdadeiros rios, com diversas estradas e pontes destruídas.

O temporal também provocou deslizamentos de terra e o rompimento de parte da estrutura da barragem da usina de geração de energia 14 de Julho, na bacia do Rio Taquari-Antas, em Cotiporã, na Serra Gaúcha.

As autoridades também alertaram para o risco de rompimento de uma barragem da Represa de São Miguel, na cidade de Bento Gonçalves, e determinaram as saídas de pessoas que moram em áreas que podem ser afetadas.

Na capital Porto Alegre, a Defesa Civil alertou a população para a condição do Rio Guaíba, que recebeu expressivos volumes em razão das fortes chuvas e ultrapassou sua cota de inundação. Todos os acessos ao centro histórico da cidade foram bloqueados.

O governo gaúcho decretou estado de calamidade pública, com mais de 300 mil clientes de distribuidoras sem energia elétrica.

Cientistas disseram à Reuters que o Estado virou o exemplo do que as mudanças climáticas podem fazer com eventos já considerados extremos, mas que vêm atingindo proporções cada vez piores em um mundo que não consegue conter o avanço da temperatura global.

Em setembro do ano passado, o Rio Grande do Sul também ficou debaixo d'água, devido à passagem de um ciclone extratropical, em uma inundação que já era considerada histórica, com mais de 50 mortes registradas.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais na quinta-feria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que o fenômeno atual "não é simplesmente mais um caso crítico, é o mais crítico que provavelmente o Estado terá registro na sua história."

Ele acrescentou que o número de mortes pelas chuvas "será ainda mais do que isso porque não estamos conseguindo acessar determinadas localidades. Infelizmente esses números vão ainda aumentar."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou na quinta-feira para visitar locais atingidos e se reunir com o governador para uma reunião emergencial em Santa Maria, a fim de discutir os esforços para resgates e mitigação de danos causados pelas chuvas.

Em discurso na reunião, Lula afirmou que não faltarão recursos da parte do governo federal para reparar os danos materiais e humanos, dizendo que o Executivo estará 100% à disposição da população da região.

O Ministério da Defesa informou na quinta-feira que ampliou o efetivo de militares direcionados para a região, de 335 para 626, além de informar o envio de 45 viaturas, 12 embarcações e cinco aeronaves para os esforços emergenciais no local.

Fonte: Brasil 247

 

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