Em
resposta às mudanças climáticas, o Ministério dos Transportes está incorporando
a construção de obras mais resilientes
Após as chuvas intensas que devastaram partes da malha
rodoviária do Rio Grande do Sul, o ministro dos Transportes, Renan Filho,
anunciou um plano emergencial para liberar todas as estradas interditadas no
Estado dentro de 20 dias. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Renan Filho destacou a necessidade de
obras de infraestrutura mais resilientes e sustentáveis, além de priorizar a
expansão das ferrovias no País como parte das ações governamentais.
O governo federal, sob a liderança do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, está avaliando três frentes principais para enfrentar
futuros eventos climáticos no Sul do Brasil: contenção das águas que descem da
serra, aumento da capacidade de drenagem da Lagoa dos Patos e fortalecimento do
sistema de diques do Estado. Essas medidas visam mitigar os efeitos das chuvas
intensas e proteger a população de futuras inundações.
O Ministério dos Transportes anunciou um investimento de
aproximadamente R$ 1,2 bilhão para a recuperação das estradas destruídas pelas
chuvas no Rio Grande do Sul. Este montante será utilizado para reabertura,
limpeza e identificação de todos os impactos nas rodovias, além da reconstrução
de trechos e pontes severamente danificadas. As pontes sobre o Rio Caí, na
BR-116, e sobre o Rio Toropi, na BR-287, estão entre as que necessitarão de
reconstrução.
Renan Filho explicou que a maior parte dos recursos será
empregada ainda este ano, apesar dos desafios inerentes ao prazo das obras.
Além desse investimento emergencial, já havia um orçamento de R$ 1,8 bilhão
para obras estruturantes no Rio Grande do Sul, totalizando R$ 3 bilhões
disponíveis para a reconstrução das rodovias federais do Estado.
O ministro destacou que, apesar dos danos significativos em
algumas áreas, a maioria da malha rodoviária permanece intacta. Dos 120 pontos
de interrupção registrados inicialmente, restam apenas dez. A expectativa é
eliminar todos os pontos de interrupção nos próximos 20 dias, com exceção das
duas pontes mencionadas, que terão uma solução provisória para garantir a
travessia até a conclusão das obras definitivas.
Em resposta às mudanças climáticas, o Ministério dos
Transportes está incorporando a construção de obras mais resilientes. No Rio
Grande do Sul, serão feitos estudos para conter a água na serra, aumentar a
drenagem da Lagoa dos Patos e garantir o funcionamento pleno dos diques de
proteção das cidades. Essas ações são essenciais para evitar catástrofes
futuras e proteger a população.
Além da reconstrução das rodovias, Renan Filho enfatizou a
importância de diversificar os modos de transporte no País, com foco na
sustentabilidade. A ampliação da capacidade de investimento, tanto público
quanto privado, é uma das estratégias para garantir melhorias na infraestrutura
de transporte. O ministro mencionou a intenção de realizar dez leilões de
concessão este ano, atraindo mais investimentos privados para o setor.
O transporte ferroviário também é uma prioridade, com seis
linhas de transporte de passageiros previstas no Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) e vários investimentos em andamento para o transporte de
cargas. O objetivo é integrar o transporte ferroviário às grandes cidades e
melhorar a conectividade regional, tornando-o uma alternativa viável e
sustentável ao transporte rodoviário.
Em relação à municipalização de rodovias federais em áreas
urbanas, como o trecho da Rodovia Régis Bittencourt em Taboão da Serra, Renan
Filho defendeu que essa medida permite uma gestão mais eficiente e adaptada às
necessidades locais, como a macrodrenagem e a administração de semáforos, que
são responsabilidades municipais.
Por fim, o ministro reafirmou o compromisso do governo com
a ampliação dos investimentos em infraestrutura, utilizando tanto recursos
públicos quanto privados, para garantir a melhoria das estradas e a expansão do
transporte ferroviário, atendendo às necessidades da população e enfrentando os
desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Fonte: Brasil 247
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