segunda-feira, 27 de maio de 2024

Presidente da Frente Parlamentar Contra Pirataria diz que mercado brasileiro de combustíveis e pneus é controlado por facções criminosas

 

“Além da lavagem de dinheiro, essa organização criminosa também se beneficia de tradings e de empresas de transporte rodoviário e marítimo’, afirmou

 

O deputado Júlio Lopes, presidente da Frente Parlamentar Contra a Pirataria, afirmou, em entrevista, que uma das principais ameaças para o mercado de combustível no Brasil é a infiltração do crime organizado. Citou sua preocupação com as tentativas do PCC de migrar de São Paulo para o Rio de Janeiro na disputa deste mercado.

Lopes denuncia o envolvimento  de refinadores, distribuidores, transportadores e revendedores de combustíveis, que agem principalmente em São Paulo, no esquema ilegal. O parlamentar explica que existem empresas que são experts em conseguir driblar os órgãos fiscalizadores, e acabam sonegando milhões e milhões de reais em impostos não só no mercado de combustíveis, como também no de pneus; num movimento articulado com o Primeiro Comando da Capital (PCC).


– Além da lavagem de dinheiro, essa organização criminosa também se beneficia de tradings e de empresas de transporte rodoviário e marítimo visando o tráfico de drogas internacional. Não podemos deixar que o ocorra no Brasil o que já acontece na Venezuela e na Colômbia, que já combatem o domínio do crime organizado na área dos combustíveis impactando diretamente na segurança e na economia – explicou.


Júlio defende o monitoramento online dos combustíveis.


– É preciso urgentemente que seja implantado no país um sistema de monitoramento e controle online dos combustíveis, oferecendo aos consumidores um combustível mais barato e de qualidade e evitando assim possíveis fraudes e sonegação de impostos; além de combater a pirataria, o crime contra a propaganda intelectual e principalmente a milícia.


Ele garante ainda que é perfeitamente possível para a Agência Nacional de Petróleo (ANP), fazer o controle e disponibilizar em sua página os endereços dos cerca de 40 mil postos existentes no país e os preços aplicados. Para o parlamentar, isso não é controle de preços e sim monitoramento de preços.


– Estivemos recentemente reunidos com o secretário Nacional de Segurança Pública (SENASP), Mário Luiz Sarrubbo, onde apresentamos a proposta para o monitoramento do setor de combustíveis e de mineração como meio de combater fraudes e a sonegação de impostos, que foi bem recebida pelo secretário. Entregamos ainda um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que mostra que as perdas tributárias decorrentes de fraudes, sonegação e inadimplências no setor de combustíveis foram estimadas em cerca de R$ 40 bilhões, comprovando que a evasão do pagamento de impostos e o descontrole da conformidade e qualidade dos combustíveis no país atingiu um nível crítico, e que o combate a pirataria e a proteção da atividade da propriedade intelectual são essenciais – disse.


Pneus piratas também na mira da Frente Parlamentar


Com o aumento no número de remessas de pneus sem procedência e de qualidade duvidosa que são enviadas do exterior, principalmente da China, e que entram no país sem nenhum controle, o deputado Júlio Lopes (PP), esteve reunido com o secretário especial da Receita Federal, Robson Barreirinhas, e com o presidente do Inmetro, Márcio André Brito, para juntos desenvolverem uma estratégia com a finalidade de aumentar o controle dessas remessas. De acordo com o parlamentar, foi discutido que a partir de agora todas as remessas, mesmo aquelas que venham encaminhadas como pessoa física, que na realidade é uma estratégia que as empresas do exterior utilizam para descaracterizar a venda, como também aquelas abaixo de US$ 50, terão que trazer o selo de conformidade do Inmetro.


– Essa forma de venda já contabiliza aproximadamente a comercialização de cerca de 120 milhões de pacotes por ano. Diante disso, o secretário Barreirinhas afirmou que dentro do prazo de sessenta dias, as mercadorias que não tiverem o selo de conformidade do Inmetro não poderão ser processadas entre pessoas físicas. Essa iniciativa irá tirar de circulação milhares de produtos ilegais como sapatos, tênis, tecidos e principalmente brinquedos – explicou.


Para se ter uma ideia da gravidade dessa comercialização, Júlio explicou que esses pneus são contrabandeados enrolados um dentro do outro fazendo com que as malhas de aço que sustentam a borracha do pneu se quebre, colocando em risco a vida dos ocupantes do veículo. Ele lembra ainda que somente no ano passado, a Receita Federal apreendeu cerca de R$ 3,7 bilhões em mercadorias sem procedência, protegendo dessa forma a economia e a sociedade, impedindo dessa maneira o consumo de produtos que poderiam ser nocivos a população; além de combater o comércio ilegal de produtos vendidos sem a emissão de nota.


Fonte: Agenda do Poder

Nenhum comentário:

Postar um comentário