Contenção é para evitar extravasamento da água do Guaíba para cidade
Agência Brasil - O
Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Porto Alegre instalou, nos
últimos dias, sacos de contenção na frente de parte das comportas do Lago
Guaíba, para evitar que a água invada novamente a cidade, em caso de aumento da
cota de inundação.
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, baixou 16 centímetros (cm) no período
das 19h dessa sexta-feira (25) até as 6h deste sábado (26). Dados divulgados
pelo governo do Rio Grande do Sul indicam que, até as 8h de hoje, a medição de
4,16 m se mantinha. A cota de inundação no local é de 3 m.
Os bags, como são
chamados, são grandes sacos confeccionados em ráfia (um material resistente
utilizado na construção civil), com areia e cimento dentro. Os sacos
“endurecem” na medida em que a água chega a eles. Até o momento, segundo o
Dmae, quatro das 14 comportas foram fechadas com cerca de 50 a 80 bags cada uma. Os demais portões estão
fechados e monitorados pelo órgão, com exceção da comporta 11, que segue aberta
para que a água escoe em direção ao lago.
Após vários dias sem chuva, a capital gaúcha registrou, ao
longo de toda a última quinta-feira (23), precipitação prolongada e intensa.
Com isso, ruas e avenidas ficaram alagadas e alguns bairros, sobretudo no
centro-sul e sul da cidade, que haviam secado após as enchentes do início do
mês, voltaram a ficar inundados. Os moradores tiveram de ser retirados de suas
casas.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o mês de
maio de 2024 já acumula 486,7 milímetros (mm) de chuva, o maior volume da
história da cidade desde 1916.
Apesar de ser considerado robusto, eficiente e fácil de
operar, o sistema de proteção contra inundações de Porto Alegre falhou por não receber manutenções permanentes por
parte da prefeitura e do Dmae. A avaliação é de 42 engenheiros, arquitetos e
geólogos. Eles divulgaram manifesto sobre a maior enchente da história de Porto
Alegre. Um dos problemas apontados foi justamente a existência de avarias na
estrutura das comportas, que não estavam vedadas adequadamente e não impediram
o extravasamento da água do Guaíba, inundando inclusive as casas de bombas, que
pararam de funcionar durante o auge das enchentes, há cerca de três semanas.
Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil
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