Denúncia afirma que Ronnie Lessa se encontrou com os irmãos Brazão e recebeu deles a promessa de pagamento pela morte da vereadora
A jornalista Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora Marielle Franco (Psol), estava no mesmo veículo que foi alvo de tiros na noite de 14 de março de 2018 e também foi identificada como um dos alvos dos mandantes do crime.
Essa tese foi apresentada na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que apontou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa, como mandantes do atentado contra Marielle Franco.
Conforme a denúncia, os mandantes também buscavam a morte da jornalista, mas ela foi salva pelo corpo de Marielle, que a protegeu dos tiros. Os investigadores concluíram que os criminosos planejavam eliminar todos que estivessem com a vereadora no momento do atentado para dificultar as investigações.
Os três citados na denúncia estão detidos desde o final de março. Além deles, outras duas pessoas foram denunciadas pela PGR por envolvimento no crime e foram presas pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (9): Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, ex-assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, o Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A denúncia, assinada pelo Vice-Procurador-Geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, aponta os irmãos Brazão como mandantes do homicídio e integrantes de uma organização criminosa. O delegado Rivaldo Barbosa também foi denunciado como mandante do crime.
Após um mês e meio de investigação da PF, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.
A delação de Ronnie Lessa, matador confesso, é considerada relevante pela PGR para implicar os irmãos Brazão no mandato da morte de Marielle e Anderson. A PGR afirma que Lessa se encontrou com os irmãos Brazão e recebeu deles a promessa de pagamento pelo assassinato da vereadora.
A denúncia da PGR se baseia em dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones, triangulação de sinais de telefonia e oitivas de diversas testemunhas. Além disso, considera o histórico político dos irmãos Brazão, seus interesses econômicos e suas relações com as milícias, bem como os conflitos com Marielle e seu partido, o Psol.
A PGR conclui que o contexto da execução de Marielle está diretamente relacionado à exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia, onde os irmãos Brazão se fortaleceram politicamente e financeiramente.
Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.
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