As informações, coletadas de maneira ilegal e
injustificada, eram usadas para criar narrativas e ataques nas redes sociais
A Polícia Federal (PF) encontrou evidências de que um grupo de
delegados e policiais federais cedidos à Agência Brasileira de Inteligência
(Abin) fornecia informações ao “gabinete do ódio”, um grupo de ex-assessores
especiais da Presidência da República que atuavam sob o comando do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esses policiais, incluindo o deputado
federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin e pré-candidato a
prefeito do Rio, também repassavam informações ao blogueiro bolsonarista Allan
dos Santos.
Como informa Juliana Dal Piva, no ICL Notícias, as informações, coletadas de maneira ilegal e
injustificada, eram usadas para criar narrativas e ataques nas redes sociais.
As provas foram obtidas em operações de busca e apreensão realizadas desde
outubro do ano passado e incluem documentos, mensagens em celulares e dados
armazenados em nuvens.
Em janeiro, buscas e apreensões foram realizadas na
residência de Ramagem e do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). Computadores e
celulares dos dois, assim como dispositivos de Tércio Arnaud Thomaz,
ex-integrante do “gabinete do ódio”, foram confiscados.
A investigação revelou que Allan dos Santos recebia
informações principalmente do delegado federal Marcelo Bormevet, que defendia
publicamente Bolsonaro e era considerado um dos homens de confiança de Ramagem.
Bormevet foi afastado da PF em janeiro por decisão do ministro Alexandre de
Moraes, na Operação Vigilância Aproximada, junto com outros cinco policiais
federais.
Após a saída de Ramagem da Abin em março de 2022, para
concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, seus antigos aliados deixaram de
trabalhar na agência. A Abin não possui registros da atuação desses policiais
ao longo de meses no ano eleitoral. Bormevet é um deles. As investigações
internas avançaram, e esses policiais enfrentam risco de demissão.
Allan dos Santos, considerado foragido do Judiciário
brasileiro, está nos Estados Unidos com um pedido de prisão preventiva desde
outubro de 2021. Ele é acusado de calúnia, injúria e difamação no inquérito das
fake news. O governo dos EUA informou ao Brasil que não extraditará o
blogueiro, mas está disposto a prosseguir com processos contra ele por outros
crimes. O caso está parado no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte: Agenda do Poder com informações da jornalista Juliana Dal Piva.
No ICL Notícias
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