O senador Romário. (Foto: Reprodução
O Ministério Público Federal (MPF) e a
Polícia Federal (PF) estão investigando o senador Romário (PL-RJ) e o vereador
Marcos Braz (PL), diretor do Flamengo, por um esquema de corrupção. A denúncia
contra os políticos veio de uma delação premiada do empresário Marcus Vinícius
Azevedo da Silva, que está colaborando com as autoridades.
O inquérito foi aberto no início deste mês no STF (Supremo Tribunal
Federal) para apurar as acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O
caso está sob a relatoria do ministro Kassio Nunes Marques e é mantido sob
sigilo.
As investigações começaram com base na delação de Marcus
Vinícius, que foi preso em 2019 por desviar recursos de projetos sociais do
governo e da Prefeitura do Rio de Janeiro. No ano seguinte, ele assinou um
acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), que lhe
permitiu responder ao processo em liberdade.
Segundo o delator, Marcos Braz era o responsável por
recolher os valores desviados para “favorecimento ilícito de Romário”. Ele
alega que Braz utilizava uma ONG para realizar esses desvios durante o período
em que comandava a Secretaria Municipal de Esportes do Rio, cargo indicado por
Romário.
O vereador do Rio de Janeiro Marcos Braz. Ele também é diretor do Flamengo. (Foto: Reprodução)
Esquema de superfaturamento
Os contratos da Secretaria de Esportes com a ONG Cebrac
(Centro Brasileiro de Ações Sociais para Cidadania) são alvo das investigações.
O MPF solicitou informações sobre contratos totalizando R$ 13 milhões, que
foram utilizados para a gestão de vilas olímpicas.
De acordo com o delator, o dinheiro desviado vinha de
serviços superfaturados pagos à ONG. Marcus Vinícius afirmou que os desvios se
davam por meio do pagamento de valores superiores aos serviços prestados pela
entidade.
O que dizem os
acusados
Romário se defendeu das acusações em nota enviada ao Uol, alegando que
a delação “possui narrativa vaga e imprecisa”. Ele reafirmou sua confiança na
Justiça e espera o arquivamento da investigação.
Marcos Braz, informado sobre a investigação, demonstrou
surpresa e preferiu não se manifestar. O UOL não teve acesso a provas
apresentadas por Marcus Vinícius, que estão sob sigilo e ainda em análise pela
PF e MPF.
Quem é Marcus
Vinícius e outros envolvidos
O empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que
delatou o esquema, tem um histórico de envolvimento em desvios de recursos de
projetos sociais. Ele foi preso em 2019 na Operação Catarata, que investigava
desvios na Fundação Leão 13.
Além de Romário e Braz, o delator mencionou Marcos Antônio Teixeira,
conhecido como Marcos San, ex-assessor parlamentar de Romário. San negou
qualquer envolvimento com a ONG citada e afirmou que sua menção deve ser um
grande engano.
A investigação segue em curso, e se constatado que
Marcus Vinícius mentiu em sua delação, ele poderá ter seu acordo de colaboração
rescindido e enfrentar uma pena de até quatro anos de prisão. A defesa do
delator não quis se pronunciar sobre o caso.
Fonte: DCM
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