Não foi possível fazer o teste de bafômetro porque a mãe do motorista do Porsche foi ao local do acidente e tirou o filho de lá, com autorização da Polícia Militar
Por Flávia Albuquerque, repórter da Agência Brasil - O Ministério Público de São Paulo (MPSP) entrou com
recurso no qual volta a pedir a prisão do empresário Fernando Sastre de Andrade
Filho, condutor do carro de luxo Porsche, que provocou um grave acidente em São
Paulo, no mês passado.
A colisão provocou a morte do motorista de aplicativo,
Ornaldo da Silva Viana, e ferimentos no estudante de medicina Marcus Vinicius
Machado Rocha, que estava no banco do passageiro do Porsche.
A promotora de Justiça Monique Ratton ajuizou, nesta
quinta-feira (2), medida cautelar inominada pedindo que a Justiça acate recurso
apresentado contra a decisão que indeferiu a prisão preventiva do motorista do
Porsche. Para ela, além de o caso preencher os requisitos autorizadores da
prisão preventiva, "existe por parte do acusado ato de influência no
depoimento de testemunha, constatado após a disponibilização das gravações das
imagens policiais".
Segundo o MPSP, a citação se refere à namorada do
motorista, que deu depoimento com informações idênticas àquelas apresentadas
pela mãe do acusado. “O recurso frisa ainda que o homem figura em outros dois
boletins de ocorrência envolvendo acidentes automobilísticos. Em um desses
registros consta a informação de que ele atingiu dois motociclistas com seu
veículo”, disse o MPSP.
A promotora denunciou Sastre no dia 29 de abril por homicídio
doloso qualificado (pena de 12 a 30 anos de reclusão) e lesão corporal
gravíssima (que pode elevar a pena total em um sexto), ambos na modalidade dolo
eventual.
FUGA E INQUÉRITO - O inquérito policial havia sido concluído uma semana
antes, solicitando a prisão preventiva do empresário. A mãe de Fernando,
Daniela Cristina de Medeiros Andrade, também foi indiciada por fuga do local do
acidente. Na denúncia encaminhada hoje à Justiça, a promotora Monique Ratton se
manifestou a favor da decretação da prisão preventiva para evitar que o
denunciado influencie as testemunhas.
O acidente ocorreu no dia 31 de março, na Avenida Salim Farah
Maluf, na zona leste de São Paulo. Segundo as investigações, o carro estava em
alta velocidade antes de bater no Renault Sandero, de Ornaldo. As investigações
apontaram também que, minutos antes, Fernando estava com Marcus Vinícius e as
namoradas dos dois rapazes em um restaurante e uma casa de jogos onde teriam
consumido bebida alcoólica.
No momento do acidente não foi possível fazer o teste de
bafômetro, porque a mãe do motorista do Porsche, Daniela, foi ao local do
acidente e tirou o filho do lá, com autorização da Polícia Militar que já
estava presente, alegando que ia levá-lo ao hospital. Segundo o Ministério
Público, o empresário só se apresentou à autoridade policial 36 horas depois da
colisão.
Para a promotora do caso, o motorista do
Porsche assumiu o risco pelo acidente ao ter dirigido sob influência de bebida
e em uma velocidade superior a 150 km/h.
Fonte: Brasil 247
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